O MOLEQUE BOCA SUJA E O PADRE

Rafael, o moleque conhecido por Tiel, era um tremendo boca suja. Na escola vivia sempre de castigo. Por qualquer insignificância falava os maiores palavrões. Ele era terrível, não tinha “tramela” na língua, até dentro da igreja “rasgava o verbo”.

Certo dia, na rua estava jogando bolinhas de gude com alguns colegas. Enquanto estava ganhando, tudo ia bem, foi só começar a perder, já fechou o tempo... Em dado momento, acusou um dos colegas de roubar na brincadeira. E começou a discussão, daí para começar o xingatório foi um pulo:

-Seu filho da puta, ladrão, devolva minhas bolinhas!

-Ladrão, não, ganhei na boa, você é que não sabe perder!

-Se não me devolver as bolinhas então você as enfie na B...de sua mãe, seu ladrão filho da puta.

E começou um rosário de sonoros palavrões em altos brados. O Padre Mário, o vigário, daqueles que só andavam de batina, ia passando perto deles e ralhou:

-Que é isso, menino, tá doido? Olhe só que palavrões!

O moleque pego no pulo ficou meio sem graça.

E o padre disse:

-Já pensou se se sua mãe escuta você falando tamanhos palavrões, o que ela ia dizer?

O moleque além de desbocado, tinha resposta para tudo. E sem titubear respondeu:

-Ora seu padre, se ela escutasse os meus palavrões, ela iria dar graças a Deus, ficar feliz, até soltar fogos...

O padre estranhou a resposta e perguntou por quê. O moleque respondeu:

-Se ela “ouvisse” eu falando palavrões, ia ficar feliz, pois ela é totalmente surda há mais de dez anos...

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HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 22/08/2018
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