MORENA E GOSTOSA, NÃO POSSO PERDOAR!

Ronaldo José de Almeida

Zoroastro voltava de uma pequena viagem de uma cidade circunvizinha, acomodado na poltrona do passageiro dava ordens ao fiel motorista Zé Preá, amigo de longa data:

-Zé, pare naquele boteco ali, vamos molhar a garganta.

O amigo Zé -detentor da paciência de Jó- estacionava a Variant Volkswagen e ficava a observar Zoroastro a beber várias doses de cachaça, comendo lingüiça ou pedaços de salame.

Quando chegaram à cidade, já tinham feito verdadeira Via-Sacra por todos os botecos de beira de estrada, e o rapaz estava bastante bêbado.

Na entrada da cidade existia um pequeno bordel chamado de Castelo dos Anjos, cuja dona, uma morena alta e de quadris e nádegas avantajados, chamada, Bia Tomba-Homem - não se sabe por qual motivo, era muito amiga de Zoroastro.

O rapaz mandou que o motorista Zé Preá, fosse para o bordel e assim foi feito.

Chegando ao Castelo dos Anjos foram recebidos efusivamente por Bia, que logo disponibilizou uma mesa para os dois amigos e cujo tratamento era especial, dado a importância de Zoroastro, freguês assíduo e que gastava muito.

De imediato Bia Tomba-Homem, trouxe a mesa duas mulheres lindas, apresentando-as a Zoroastro e Zé Preá:

-Veja doutor Zoró, estas meninas vieram da Bahia - não são lindas?

-São bonitas Bia e novinhas também - admirou-se e disse as meninas: -Fiquem a vontade, peçam o que quiserem.

De repente Zoroastro teve a atenção voltada para uma morena de cabelos lisos e negros como a asa da graúna, trajava um vestido longo e escuro e dançava sozinha, era uma mulher deslumbrante.

Zoroastro levantou-se sem nada falar, chamou o garçom e mandou colocar o novo disco de Altemar Dutra, Sentimental Demais, depois caminhou um pouco cambaleante até a morena, e fitando-a fixamente nos olhos, estendeu-lhe a mão, imitando o gesto de Fred Astérie.

A morena num misto de surpresa e admiração ofereceu-lhe a mão que recebeu delicadamente um ósculo do rapaz.

Em seguida Zoroastro conduziu gentilmente a morena até o centro do salão, recebendo palmas das pessoas presentes.

O rapaz enlaçou a moça pela cintura e deslizou como se estivesse numa pista de gelo para patins.

A morena ondulava lascivamente o seu corpo, deixando o rapaz em total estado de excitação.

Zoroastro beijava libidinosamente o pescoço e as orelhas da moça, que retribuía as cariciais recebidas com movimentos sensuais das ancas, enlouquecendo o rapaz.

A certa altura Zoroastro apertou a morena contra o seu corpo e beijou-a longamente com sofreguidão em seguida sussurrou aos seus ouvidos:

-O amor é lindo.

Zé Preá a tudo assistia juntamente com as baianas.

De repente Zoroastro afastou-se um pouco da morena e perguntou:

- Meu amor como é seu nome? - De onde você é?

A morena beijou o rapaz novamente, estatelou os olhos e respondeu:

- Qual é Zoró? Não me conhece mais, eu sou o Valdemar da farmácia.

RONALDO JOSÉ DE ALMEIDA
Enviado por RONALDO JOSÉ DE ALMEIDA em 18/10/2007
Reeditado em 18/12/2007
Código do texto: T698839
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