PRISIONEIROS DO TRÂNSITO

PRISIONEIROS DO TRÂNSITO

(Autor: Antonio Brás Constante)

Os engarrafamentos são verdadeiras prisões onde somos obrigados a cumprir penosas penas, que não são de anos, mas que algumas vezes são de longas horas que se arrastam como se levassem séculos.

Ficamos presos em nossas celas de lata juntamente com outros milhares de apenados, esperando que o trânsito volte a andar. Em muitas ocasiões, o prisioneiro no carro da frente é aquele bondoso velhinho, que deixa todos passarem na sua frente, aumentando ainda mais a nossa pena. Em outros casos o encarcerado atrás de nós é um daqueles apressadinhos que tenta desesperadamente burlar a fila de carros, procurando conseguir sair pelo acostamento, sempre acelerando e buzinando, pronto para causar algum acidente fruto de sua impaciência.

Estas prisões são locais perigosos, onde ficamos expostos aos caprichos do tempo e aos riscos de sermos abordados por algum marginal, que levará nossas carteiras, nosso dinheiro e nosso rádio que era a única alegria que tínhamos para nos distrair.

Durante a sofrida espera, não recebemos água ou comida como nas prisões de verdade. Porém, ficam batendo no vidro de nossos carros nos oferecendo toda espécie de bugigangas imagináveis ou simplesmente pedindo uma moedinha. Nestas prisões, as chaves das trancas e o controle dos dispositivos de alarme ficam conosco, mas não podemos fugir, pois pagamos a cela com nosso suado dinheiro. Aliás, o suor é um companheiro constante nessas horas, já que no tempo em que ficamos parados, geralmente somos castigados pelo calor insuportável do sol, que nos frita literalmente dentro de nossas cadeias de metal sobre rodas.

Claro que existem carros com aparelhos de ar-condicionado, mas estes são apenas para uns poucos, mais abastados financeiramente, demonstrando que apesar dos engarrafamentos não distinguirem entre ricos ou pobres, novos ou velhos, homens ou mulheres, uns acabam sofrendo mais do que os outros. Provando nesses momentos que o dinheiro não trás felicidade (talvez muito dinheiro trouxesse, pois daria para comprar um helicóptero), porém, pode trazer algum conforto aos apenados que esperam sua chance de engatar a primeira marcha para seguir novamente o rumo de suas vidas.

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Antonio Brás Constante
Enviado por Antonio Brás Constante em 29/10/2007
Código do texto: T714412