O Capivarão

"Houve o dia em que todos seres vivos do planeta Terra tinham forma de capivaras..."

Assim começavam todas as narrativas de João Plínio, um grande contador de "causos" do porto de São Francisco.

O Sujeito era ousado, matuto e sempre bem humorado. E adorava o apelido lhe dado: Capivarão do porto.

Jovem desprendido de luxos e adorava uma cana ainda mais se fosse em boa companhia feminina, e as casadas eram suas prediletas.

Conta-se, que ele andava com um livro de fotos a tira colo, onde a maioria dessas eram do próprio ser em nu dentro de uma banheira. Eram várias as posses, perfis e trejeitos. Literalmente um louco desprovido de todas e qualquer faculdade mental.

Mal sabia, que a muito se havia constituído uma emboscada para ele, a temporada de caça à capivara estava aberta. Muito provável em decorrência a indignação dos cornos da cidade.

Em casa, o capivarão, atende ao telefone. A voz é doce, suave, envolvente, faz qualquer cabra macho ficar com o libido a mil. Ela não se identifica, mas marca um encontro em um motel próximo ao porto por volta das 22h.

Sem pensar duas vezes, o Capivara em êxtase, provocado por um devaneado cio fora do comum (coisas de capivaras, não sei se você entende?), banha-se, perfuma-se, veste-se, e parte rumo a mais uma noite caliente, assim pensava.

As 22h em ponto ele chega ao motel, na recepção ele diz:

- Há alguém me esperando no quarto nº 24.

O atendente responde:

- Você é o Sr. João?

- Sim, sim. Mas pode me chamar de Capivarão do porto!

- Claro, assim o conheço. Pode entrar, e tenha uma boa noite!

- Obrigado!

No caminho até o quarto ia ele imaginando sua deusa de tróia, suas vestes intimas estavam a estourar. Não se cabia de tanto tesão.

Ao abrir a porta, ele exclama: - Querida cheguei! Nessa hora é recepcionado com um golpe na cabeça, e vai a lona no mesmo instante.

A partir deste momento não sabemos de mais nada do que houve nesse quarto, mas podemos sim imaginar pelas fotos espalhadas por todo o porto de São Francisco e região. Na foto aparecia João Plínio pelado em uma banheira “de quatro”, com um cabo de vassoura cravado em seu anus, e na ponta de fora, um pedaço de pano com os seguintes dizeres: “Eu sou o CAPIVARÃO DO PORTO e tomei no meu toba pra apender a nunca mais mexer com mulher alheia”

Guilherme dos Anjos
Enviado por Guilherme dos Anjos em 14/12/2007
Código do texto: T778397