VERMÍFUGOS

Quem na infância não passou pela tortura de tomar vermífugos? Os populares e temidos “lombrigueiros”? Havia vermífugos de todos os tipos: Géis, pílulas, drágeas, xaropes, cada um pior do que outro. Havia um tipo de pílula macia, tipo bala de jujuba, que era o pior de todos: a gente ingeria certa quantidade delas em jejum, e ficava de “resguardo”, era uma das poucas vezes que se podia faltar da escola. O efeito colateral era terrível causando náuseas, cólicas e ficava com um gosto de querosene na boca o dia inteiro,(gosto na boca é pleonasmo) não havia nada que tirasse aquele gosto.

Naquele tempo era difícil uma criança que não tivesse vermes, a gente andava descalço, comia frutas sem lavar caídas das árvores, não lavava as mãos antes das refeições... Havia também vermífugos naturais, caseiros, como: erva de Santa Maria com hortelã pimenta e Artemísia, chá de arruda com sementes de mamão... Estes não eram tão ruins de gosto.

Escrevendo este texto me lembrei de uma piada contada naqueles tempos:

Um sujeito tomou antes de dormir uma dose cavalar de um vermífugo, teve uma noite conturbada: Pesadelos, cólicas, gases, interrupções no sono, etc. Lá pela madrugada, o lombrigão chefe percebendo o desfecho da história, reuniu a lombrigada e falou:

-Podem ir arrumando as malas, moçada, vamos todos partir na cagada das seis!

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HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 25/06/2023
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