A Mulher Fantasma da Ilha Fit - Capítulo VIII - Surge a Mulher Fantasma.

Quando acordei, minha cabeça doendo como o diabo era o sinal de que eu ainda estava vivo. Abri os olhos devagar, e a maravilhosa visão de uma calcinha de lingerie preta, meio surrada é verdade, pendurada diante de mim num varal improvisado, trouxe-me de volta ao estado de plena vigília. Concentrei-me em apresentadores de programas de auditório e ex-ministros da economia, e me acalmei. Estava deitado no chão, e alguém colocara minha cabeça sobre um travesseiro improvisado. Do chão deslizei os olhos pelo recinto, e então eu a vi. Era ela em éter e ectoplasma.

Sentada num banquinho de pedra. Olhando-me com olhos que faíscavam na penumbra e estavam fixos em mim. Levantou-se, e, Deus! Era linda! Nesse momento eu ainda não sabia se ela existia ou não, se era deste ou de outro mundo. Caminhou com passos lentos, porém seguros, e parou a um palmo ou dois dos meus pés. Sentei-me devagar para não assustá-la como antes, mas desta vez ela nem piscou. Balbuciei:

- Mim amigo, amigo...

Ela apenas fez um pequeno 'sim' com a cabeça, sem dizer um isto. Continuei:

- Mim amigo... Mim ammiiiigo... Mim homem... mim forte e poderoso porém gentil...

Sem saber o que dizia, tomei-me pelo meu próprio entusiasmo e excitação.

- Mim amigo... Mim bom... Mim bilau grande, bilau poderoosooo... Mim tesão... Mim faz feira... Você cozinha, lava, passa e cuida dos meninos...

Depois houve um momento mais de silêncio. Ela abriu a boquinha carnuda num gesto que pareceu durar uma eternidade, e disse com uma voz que parecia tocar minha pele como seda:

- Eu bati com muita força na sua cabeça ou você sempre foi assim retardado?

Realmente compreendam que eu não esperava aquela atitude. Antes que eu pensasse em qualquer reação, ela ergueu um maravilhoso dedinho indicador no ar, e inclinando-se delicadamente para a frente, ordenou como uma mestra firme porém magnânima:

- Repita comigo, seu bobo. - e esboçou um ligeiro sorriso. Vi o sorriso indiretamente, porque percebi que ela se inclinara para mostrar um espetacular decote, e meus olhos prenderam-se naqueles seios como por uma força magnética, sinal inequívoco pelo qual uma mulher minimamente experiente sabe que tem um pobre infeliz nas mãos. Totalmente apatetado respondi "sim" com uma voz de relógio cuco. Ela continuou:

- Diga:Mim idiota, você gênio.

- Mim idiota, você gênio.

- Mim carrega compras, você cartão de crédito.

- Mim carrega compras, você cartão de crédito.

- Mim espera, você orgasmo múltiplo.

- Mim espera, você orgasmo múltiplo.

- Mim ejacula antes da hora e pula do penhasco com pedregulho amarrado no sim-sinhô.

- Mim ejacula antes da hora e pula do penhasco com pedregulho amarrado no sim-sinhô.

E, meus amigos, Deus existe e posso dar testemunho, porque em seguida ela tirou toda a pouca roupa, e sentou-se sobre mim, fazendo-se senhora de meu membro viril, que na verdade havia se apresentado uma meia hora antes para o trabalho.

Nas primeiras duas horas eu nem pensei coisa nenhuma, porque não precisava. Nas duas horas seguintes me diverti bastante. Mas após oito horas, que posso dizer? Eu estava cansado, porra!

Passadas 10 horas meu bilau estava rouco e mal dava um soprinho. Ela não estava nem aí. Depois de realizar-se pela enésima vez, jogou-se displicentemente ao meu lado. Juntando as forças restantes virei o pescoço, e olhei com ternura aquela face esculpida por anjos do céu.

- Me responda só uma coisa, meu amor... - eu mal consegui completar a frase. Ela respondeu impaciente:

- O quê? Fala logo! - E jogou aqueles cabelos lindos para trás. Negros como noite sem luar. Ondulados como mar de tempestade.

- Você existe de verdade? - suspirei. Ela me olhou na alma com aqueles olhos verdes de perdição, antes de gemer:

- É claro que não, seu imbecil.

E começou tudo de novo.