ENCONTRO GAY

Ao voltar da Faculdade, com a noite avançada, Domício entrou no bar da esquina do seu prédio para comprar cigarros. Levantando a vista, notou seu amigo Ari, totalmente macambúzio ocupando uma mesa com garrafas de cervejas, no fundo do salão. Domício aproximou-se e puxou conversa:

- Como vai, Ari!

- Olá Domício. Sente-se. Tome um copo de cerveja comigo.

- Vejo que estás triste. Algum problema, Ari? Posso ajudar?

- Veja bem, Domício. A Isabel, minha namorada, me deixou. Você bem sabe que não vivo sem ela. Sou louco por aquela mulher, Domício.

- Não sabia, Ari. – respondeu Domício.

- E tem mais! Tem mais, meu amigo. Bati meu carro. O conserto vai custar uma nota e estou sem dinheiro. Além disso, o aluguel está atrasado dois meses. Estão me ameaçando de despejo. Sabe Domício, não estou nem dormindo direito. Agora me diga: - Isso é vida?

Domício condoeu-se com a história do amigo. Pensou num modo aliviar a dor do rapaz. Pensou um pouco e disse:

- Veja bem Ari. Preste atenção. Têm coisas piores do que seus problemas.

- Tem não, Domício. Eu estou precisando é de morrer, meu amigo.

- Então, vejamos, Ari. Faça de conta que você é um gêmeo siamês e que você tem um irmão colado no seu ombro e que ele é gay, mas você não é.

- Estou imaginando, Domício. Meu irmão grudado no meu ombro é gay, eu não sou, é claro. Continue...

- Pois bem. Seu irmão gay tem um encontro para fins sexuais com um lutador de luta-livre de quase dois metros, e vocês só tem uma bunda.

Como é que fica?

- Misericórdia, Domício! Isso não é bom não.

RONALDO JOSÉ DE ALMEIDA
Enviado por RONALDO JOSÉ DE ALMEIDA em 16/02/2008
Reeditado em 16/02/2008
Código do texto: T861468
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