O buraco da agulha

Um casal, vieram de ônibus do interior para capital, pra visitarem seu filho que morava lá. Ambos tinham uma idade de mais ou menos de 60 anos. Ele, pedreiro, tinha muito ciúme da mulher e era implicado com a visinha, Benedita. Ela, Dona Maria, costureira, pessoa simples e dona de casa. Passaram a noite inteira viajando. Já amanhecia o dia, já perto da capital e todos se preparavam pra chegada. Havia um certo silêncio no ônibus. Pessoas espreguiçando, outras penteando o cabelo e tudo mais. Quando, de repente, toca o celular de Dona Maria. É a tal vizinha que seu Pedro não gostava. Mulher preguiçosa, desinteressada e gostava de ficar fofando na casa dos outros. Ela ligou, querendo saber como pregava um botão na blusa dela, que nem isso sabia. Seu Pedro dormia, enquanto Dona Maria lhe ensinava todo o processo. Ficaram conversando um pouco, até que seu Pedro acordou, sacou quem estava do outro lado da linha, fingiu estar dormindo pra escutar a conversa, mas “pegou o bonde andando” e escutou o final da conversa:

- Oi, Benedita, segura firme na ponta, passa a boca bem divagazin, até ela fica bem durinha. Aí você tenta passar no buraquinho

- Mas cumadi, a linha é a 10. Disse Benedita do outro lado.

- Nossa! É muito grossa, cumadi. Esse seu butão é muito pequeno. Começa com uma mais fina! Disse Dona Maria, enquanto seu Pedro escutava tudo, já quase explodindo de nervos.

- Dona maria, eu já até furei meu dedo e sangrou!...

- É isso mesmo, cumadi, você tá começando agora. Eu já sou acostumada. Eu consigo passar com a maior facilidade. Eu também passei por isso. No começo machucava, duía, sangrava. Mas cê sabe né ,cumadi, é que eu sei e gosto de fazer. Eu passo uma pomadinha e estou pronto pra outra. Seu Pedro, ouvindo aquela conversa, ficou descontrolado e soltou um grito que todo mundo escutou:

- MARIA! MISERÁVI! PASSEI TRINTA ANOS QUERENDO CUMER ESSE SEU BUTÂO. VOCÊ SEMPRE DIZ NÃO, PORQUE É INICIANTE, TÁ DUENO. AGORA JÁ TÁ DANDO AULA PARTICULAR PRA ESSA VAGABUNDA, SUA DISGRAÇADA!!!!!!!!!!!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.