As Aventuras do Jabuti Carteiro

Conhecido por todos do reino animal, O Jabuti Carteiro, é de grande utilidade para os seus amiguinhos. Apesar de andar muito devagar, ele cumpre todas s suas tarefas.

Todas as manhãs, ele acorda cedinho e logo começa a trabalhar, caminhando com calma para entregar as cartinhas aos moradores da floresta. Ele é um animalzinho tão bondoso que até os pássaros adoram brincar com ele, e o seguem durante as caminhadas diárias.

- Bom dia Sr. Macaco, trago boas novas!

- É mesmo? (diz o macaco).

Puxa como estou feliz... São notícias de um primo muito querido que agora habita em outras matas. Muito obrigado caro amigo Jabuti Carteiro, você é muito eficiente.

- Não precisa agradecer, faço isto com muito prazer. É uma forma de eu não me sentir tão sozinho. Até breve amigo! (diz o Jabuti Carteiro e segue em frente).

O sol vai esquentando pouco a pouco, mas o Jabuti Carteiro não desiste.

Entrega cartas a D. Girafa, a D. Joaninha, ao Sr. Leão, a D. Onça e até mesmo ao Sr. Elefante.

Já estava cansado e com muita sede, mas ainda haviam 5 cartas para serem entregues.

- Puxa! Já estou que não me agüento! Mas eu vou até o fim.

Quando caminhava pela floresta, já enfraquecido, faltou-lhe um pouco de sorte. Tropeçou numa pedra enorme e acabou virando de cabeça para baixo!

Pobre Jabuti! E agora?

- Socorro! Alguém me ajude! E agora meu Deus o que vou fazer? Eu não consigo desvirar-me sozinho o meu casco é pesado!

O Jabuti foi ficando cada vez mais preocupado, pois ele estava cansado, sedento e faminto, e o tempo estava passando muito rápido.

Que pena, um animal tão bondoso como Jabuti Carteiro, não poderia estar nestas condições! Já era tarde e não aparecia ninguém para socorrê-lo.

Quando menos esperava, apareceu um cavalo negro que viu o Jabuti Carteiro naquela situação e logo o ajudou. Empurrou-lhe com uma de suas patas e rapidamente o Jabuti ficou em posição normal.

- Puxa! Que sorte! Pensei que não iria me salvar! Obrigado meu amigo, você salvou a minha vida!

- Não se preocupe, caro Jabuti, tenho certeza que você faria o mesmo por mim, não é mesmo?

- Claro que sim!

- Então vá em frente e boa sorte!

- Para você também, disse o Jabuti.

Amanhece um novo dia, e no caminho do nosso amiguinho Jabuti Carteiro uma surpresa! Infelizmente muito ruim.

Quando caminhava para fazer entregas de cartas nas casinhas dos animais que moravam um pouco mais afastados, viu uma cena que não gostou nenhum pouco.

Árvores derrubadas;

Muito lixo pelo chão...

- Mas o que é isto?

- Qual foi o animal capaz de fazer uma monstruosidade destas?

- O homem. Respondeu o Tigre

Quando resolveu tomar um banho no rio, para esquecer a tristeza que sentiu ao ver aquela destruição, outro susto!

- Cadê os peixes? Para onde foram?

- Eles morreram disse o tigre

- Como isto aconteceu? Perguntou o Jabuti Carteiro.

- Também foi obra do homem, que poluiu os rios e deixou uma enorme mancha de óleo derramado.

- Não acredito! Aqueles que são tidos como animais racionais? Perguntou novamente o Jabuti.

- Estes mesmos, vê se pode! Respondeu o Tigre.

- Temos que fazer alguma coisa para salvar as nossas florestas, antes que seja tarde demais. Disse o Jabuti Carteiro.

- Já sei,vamos fazer uma reunião em nossa floresta, e pedir a opinião de cada animalzinho. E depois tomaremos uma providência

Dias depois de haverem se reunido todos os animais da floresta, resolveram fazer um protesto contra os absurdos que o homem promove para prejudicar a natureza.

O Tigre foi escolhido como líder dos animais, com a responsabilidade de evitar que o homem destrua tudo, com seu poder devastador.

Passaram-se muitos dias e o Jabuti resolveu além de entregar suas cartinhas de sempre, fazer uma muito especial, que seria colada nos quatro cantos do mundo para despertar a “consciência” dos homens.

Todos os homens que liam aquela carta sentiam-se tão pequenos quanto um grão de areia.

Na carta o Jabuti Carteiro pedia mais cuidado com a natureza que não nos deixa faltar nada, pedia para evitar a caça e a pesca predatória.

Predatória? É o mesmo que roubar, usar indevidamente.

Só devemos retirar da natureza o que realmente necessitamos para sobreviver, ou para viver em harmonia. O excesso leva ao desequilíbrio.

No final da carta o Jabuti Carteiro diz assim: “Certamente, meus amigos ao lerem esta carta, já estarei morto, graças a ganância de algum caçador. Deixarei de viver minhas aventuras, mas deixo pra vocês minha memória”.

Ass.: Sr. Jabuti Carteiro.