Um menino luz

Rules já era grande, mas morria de medo do escuro.

Por mais que apertasse os olhos, o real era mesmo duro.

Batia-se contra parede

Batia-se contra janela

Podia morrer de sede

Mas nem lhe dava trela.

Certo dia percebeu que estava ficando pequeno

Sua mãe quase morreu

Proibiu de pegar mais sereno.

Pensou o que ia fazer da vida

E de todas as suas coisas

Suas camisas coloridas

E suas calças compridas.

De repente teve uma ideia:

Resolveu rasgar as fotografias

Decidiu, não queria platéia!

Preferiu atirar-se no vazio

O mundo dos solitários, podia nem ser tão frio.

Sim claro que era estranho ver tudo crescer assim

Enquanto ficava menor e menor, parece que chegaria ao fim…

Jogou fora metade dos guardados

Não queria magoar ninguém

Evitou os embaraços

Pra quase tudo disse amém!

Começou a notar uma pequena fresta

Lá no meio do relógio

Era uma luz que em festa

Mostrava um portal analógico

Entrou pelo portal

E gostou de tudo que viu

Ele era normal, igual a ele mais de mil

Meninos filhos da luz

Que alguns criam como filhos

Que são deixados num quebra-luz

Depois transformam-se em brilho.

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 21/08/2010
Código do texto: T2450741
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