Imprima e leia para seu filho
INCÊNDIO NA FLORESTA – Tigercat Between the Branches

Um caçador distraído jogou um cigarro aceso na flo-resta e continuou seu caminho. Ele nem notou o incêndio que começou a se alastrar pela mata que estava muito seca, depois daquele rigoroso verão. Os bichos corriam desesperados. Andando, voando ou se arrastando, tentavam levar o que podiam para um lugar seguro. Um macaco, que estava com a perna quebra-da, gritava por socorro, mas ninguém se importava com ele. O jacaré, no entanto, vendo o seu desespero, se aproximou oferecendo ajuda. - Vamos, cara, monte nas minhas costas e vamos sair daqui o mais rápido pos-sível. O macaco largou as muletas, que a essa altura estava mais atrapalhando do que ajudando, e montou nas costas do jacaré, que nadou rio abaixo, numa velocidade incrível. Logo que se sentiram seguros, respiraram aliviados agradecendo a Deus por terem escapado daquele inferno. O macaco virou-se para o jacaré e disse: estou até agora me perguntando porque você me salvou se éramos inimigos.
- Sabe, macaco, eu acabo de aprender uma lição muito importante.
- Lição? De quem?
- Do passarinho. Ele estava molhando as suas asi- nhas no rio e sacudindo-as sobre as matas que quei-mavam em altas chamas. O elefante, que a tudo assistia de um lugar seguro, gritou-lhe: deixe de ser bobo. Você não vai apagar o incêndio jogando essas gotinhas d’água sobre as chamas.
- Eu sei - respondeu-lhe o passarinho – mas eu estou fazendo a minha parte. Se você, que tem uma tromba enorme, onde cabem muitos litros d’água, fizesse o mesmo, logo apagaríamos o incêndio e salvaríamos nossos amigos. 

O elefante, envergonhado, chamou todos os elefantes da floresta para ajudarem. Em poucos minutos já ti-nham apagado quase todo o fogo. Daquele dia em diante o jacaré e o macaco ficaram muito amigos. Começaram a trabalhar para convencer os outros animais a se unirem, a fim de defenderem a floresta e os seus direitos. Queriam poder viver em paz, ter uma vida digna, uma floresta bem organizada e livre dos caçadores que os ameaçavam. O jacaré fez um discurso convocando os animais para uma assembléia na sexta-feira, quando estabeleceriam os direitos e deveres de todos. O macaco, ajudado pelos animais mais habilidosos, começou a fazer faixas e cartazes. A primeira delas dizia: ESTAMOS ACEITANDO IDEIAS, PARTICIPEM!
No dia seguinte vários animais trouxeram faixas já prontas. O pavão, que entendia muito de cores, ajudou a pintá- las de verde, amarelo, azul e branco, as cores da bandeira do Brasil. A girafa, que é muito alta, se prontificou a pendurá- las no alto das árvores. As faixas diziam:
- UNIDOS VENCEREMOS
- UMA ANDORINHA SÓ, NÃO FAZ VERÃO
- A UNIÃO FAZ A FORÇA
- OS BICHOS UNIDOS, JAMAIS SERÃO VENCIDOS
- FIM À DESARMONIA, QUEREMOS É MORADIA
- NÃO QUEREMOS ESMOLAS, QUEREMOS ESCO-LAS
- NÃO QUEREMOS BOA VIDA, QUEREMOS TRABA-LHO E COMIDA
- QUEREMOS SEGURANÇA.

No dia marcado todos estavam lá, muito compenetra- dos, querendo ajudar a melhorar a vida naquela floresta.
O jacaré foi eleito presidente. O macaco ficou como seu auxiliar. A girafa foi eleita prefeita da floresta e o javali, como vice-prefeito. Os leões seriam os policiais. Os passarinhos se ofereceram para entregar a corres-pondência. Ficou estabelecido que os trabalhos começariam no dia seguinte. Trabalhariam 8 horas por dia para que tudo começasse a funcionar em poucos dias. Todos trabalharam bastante e agora o lema era obedecer às regras ou sair da floresta. As regras eram duras, mas favorecia a todos. Todos trabalhavam fa-zendo o que soubessem e tentando aprender mais a cada dia.
Todos têm competência para fazer alguma coisa – di zia o presidente jacaré.
Os rios foram dragados, os caminhos da floresta fo- ram limpos e as escolas foram construídas. Criaram postos médicos para atender a todos, sem diferença de tratamento para grandes ou pequenos. Os policiais guardavam a entrada da floresta dia e noite, impedindo a invasão dos caçadores. Daquele dia em diante não houve mais bicho que não tivesse sua casa e seu pedaço de terra para plantar. Os filhotes iam à escola e os adultos trabalhavam. Os animais mais velhos, que não podiam mais trabalhar, recebiam alimentos levados pelos mais jovens, que tinham muito respeito por eles e aceitavam os seus conselhos, sempre muito inteli-gentes. O avestruz, que era o mais velho da floresta, tinha um consultório onde atendia a todos que pre-cisassem de um conselho em qualquer assunto. Os filhotes muito pequenos tinham creches para que os pais pudessem trabalhar e ganhar o sustento da família.
Agora todos vivem felizes, conservando a floresta limpa e organizada. Até a dona preguiça, que tinha votado para que se trabalhasse um dia só por semana e se folgasse nos outros, já entrou no novo esquema e anda até mais ligeirinha. Tudo está funcionando bem porque os bichos se uniram para enfrentar os problemas da vida diária. Nós devemos imitar os animais dessa floresta e sempre nos unir para termos mais força.

Uma gota d’água sozinha não é nada, mas se ela se juntar ao mar....vira mar também.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 22/12/2010
Reeditado em 12/03/2021
Código do texto: T2686242
Classificação de conteúdo: seguro