A Nau Catarineta

No Brasil existem inumeras danças folclóricas que variam de acordo com os costumes de cada região.

Há alguns anos atrás, numa cidade do Rio Grande do Norte comemoráva-se a NAU CATARINETA, uma dança onde os blocos construiam um barco tipo uma alegoria.

O povo se vestiam de branco igual os militares da marinha, tinha o capitão que comandava a nau, os marinheiros, os músicos e o puxador que cantava as cantigas da nau catarineta.

E saíam desfilando pela cidade junto com a orquestra. Vinha gente até de fora pra assistir.

Conta-se que um certo dia numa dessas apresentações o puxador, Zeca Canelinha, já estava atrasado pra mais de hora, o povo doido pra começar afesta, todo mundo preparado pra sair com o bloco,

a banda já afinando os instrumentos quando de repente o zé sirí, um dos componentes do bloco fardado de marinheiro chega nas carreiras com a notícia: Chega capitão Zé bolão! que zeca canelinha tá preso lá na delegacia.

_tá preso por quê?

_Disseram que ele tomou uns goró e bagunçou no bar da Maria.

_Vamos lá!

Nesse instante todo mundo acompanha o capitão da nau catarineta até a frente da delegacia.

_Seu delegado pelo amor de DEUS solte esse homem porque sem ele o bloco não sai, ele é o cantor. _Disse zé bolão.

_Solto nada! _Falou delegado em voz alta.

_Esse cabra só não chamou a mãe dos soldados de santa, disse que eu era frouxo e me mandou prum bocado de canto. Só solto se for com ordem de um superior.

zé bolão correu pra casa do prefeito, mas ele não estava. Procurou os vereadores, mas eles retiraram logo o corpo de banda. E já chegando a hora de começar a festa.

Chico beberrão com um copo de cana na mão que estava sentado na calçada do mercado grita de lá: _Tem o tenente lotério que mora a três léguas daqui e hoje é feriado, ele deve está em casa.

_Corre Zé sirí, vai buscar tua bicicleta pra gente ir na casa do homem.

Zé sirí pegou a bicicleta e sairam os dois em direção à casa do tenente.

Tenente Lotério era um oficial da Capitania dos Portos de Natal que residia naquela região.

Nesse exato momento o tenente se encontra em casa todo a vontade, de pijama, sentado no sofá lendo o jornal e fumando o seu charuto. A esposa preparando um jantar especial que era pra visita do Almirante e alguns oficiais

que estavam pra chegar ás oito horas da noite à convite do tenente quando chegam Zé bolão e Zé sirí batendo na porta.

Antigamente as portas das casas tinham uma janelinha que era pro dono da casa identificar quem estava lá fora.

_Mulher vá ver quem está batendo na porta. _ disse o tenente pra sua esposa.

A esposa do tenente quando abre a janelinha pra ver quem era ver aqueles homens todo de branco fardado corre pra dentro de casa e grita: _ corre meu marido, que o almirante chegou!

_Mas já! tão cedo, abra a porta ligeiro.

Nisso o tenente dá um pulo do sofá, pega o charuto bota dentro do bolso do pijama que o fumaceiro cobriu, juntou o jornal feito uma bola e jogou fora, a mulher fez carreira pra cozinhaem disparada, esbarrou na prateleira que foi louça pra todo lado...

um desespero total.

_Boa noite, tenente!_ falou Zé bolão.

O tenente bateu continência, se apresentou de acordo com as formalidades e um militar quando é interronpido.

_tenente eu o Zé bolão da nau catarineta e esse é o Zé sirí...

_Mas que nau catarineta?

_A nau catarineta é uma dança folclórica que a gente comemora todo ano lá na cidade. Nós viemos aqui pra pedir pro senhor soltar o zeca canelinha que tá preso lá na delegacia.

_E quem é Zeca canelinha?

_Zeca canelinha é o cantor da nau catarineta._respondeu Zé sirí.

_Eu tô com vontade de mandar prender é os dois também bando de desoculpados!

O tenente já enraivessido rodou a mão do pé do ouvido de Zé sirí que o pobre caiu no chão com o juízo rodando, Zé bolão levantou ele braço e saiu os dois em disparada sem saber o que tinha acontecido, no mínimo eles ficaram pensando que Zeca canelinha tinha bagunçado lá também.

A carreira foi tão grande que até esqueceram da bicicleta.

FIM