O PÉ DE MOEDAS

O PÉ DE MOEDAS

Raimundo Júnior é cópia fiel do pai; que é plágio de seu pai; o avô dele, Raimundo Júnior. Avô, também de nome Raimundo.

A família morava num casarão daqueles erguidos a mais de cem anos. O quintal era tão grande quanto um campo de futebol, mesmo estando no centro da cidade de Gorobixaba.

Raimundo Júnior tinha seis anos e meio. Sabido, como dizia o avô. Mas não dava valor ao dinheiro. Tanto que não conhecia o valor das cédulas e/ou das moedas. Porém gostava das moedas como souvenires ou como objetos de brincadeiras variadas.

Ele, o Júnior, ouviu um vizinho repreender um filho com a frase: “Você deve estar pensando que temos um pé de moedas, no quintal, pois a cada hora quer uma para gastar”. E foi falar com o avô.

- Vovô, se plantarmos uma moeda ela nasce?

O senhor Raimundo, adorava o neto; e dando asas à imaginação do garoto, confirma:

- Claro que nasce meu neto!

- E depois podemos colher muitas moedas?

- Podemos sim! Se plantarmos moedinhas, colheremos elas bem pequenininhas; se for plantadas as grandes, colheremos moedas grandes.

Raimundo Júnior, sem o avô saber, pegou algumas moedinhas, foi para o fundo do quintal e plantou-as.

Ao voltar da plantação perguntou ao avô:

- Vovô, quantos dias para as moedinhas nascerem?

- Uma semana meu neto.

- Vovô, depois que nascer, quantos tempo para dar flor?

- Mais uma semana.

- E depois das flores, quantos dias para surgir as moedinhas?

- Mais uma semana.

Raimundo Júnior está esperando até hoje. Todos os dias ele vai ao fundo do quintal verificar se as moedinhas nasceram.

(agosto/1997)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 01/06/2011
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