REDAÇÃO

TÍTULO= A AÇÃO DO PODER PÚBLICO

Meu pai me falou que quando ocorre um desastre natural ou uma tragédia por causa de alguma coisa mal feita pelo homem, o poder público toma providências (ele me explicou mais ou menos esse negócio de executivo, legislativo e judiciário). Primeiro vai lá o prefeito, governador ou presidente para ver a área atingida, de preferência de helicóptero para não sujar a roupa, os sapatos, nem ficar muito em contato com gente chorona, desesperada e xinguenta. Depois, eles vão para a televisão com uma cara quase de choro e dizem que a assistência virá o mais rápido possível, que vão liberar verbas, as pessoas que perderam suas coisas vão poder usar o seu Fundo de Garantia, etc. (fiquei curioso para saber o que tinha nesse “etc”). Feito isso, a TV faz até programas específicos para aumentar a audiência (quer dizer, para aumentar a emoção das pessoas).

Daí começa o calvário das vítimas. Eu falei. - Pai, mas o calvário já não começou quando aconteceu a tragédia? – É mesmo, ele respondeu - tinha me esquecido (meu pai é um assessor público). Começam então a ser feitos estudos e projetos para consertar e a ser feito o levantamento dos prejuízos individuais para o ressarcimento, atribuição de responsabilidades e remoção das pessoas para outros lugares. Isso leva uns seis meses mais ou menos. Então, é lançado o edital de licitação para construir, reconstruir ou consertar. Outros seis meses mais ou menos, se não houver vício questionável. (Vício de edital ele disse que é quando nas entrelinhas é fácil descobrir que foi feito para beneficiar algumas empresas acostumadas a tratar com a “coisa pública”). Eu não entendi bem esta parte e ele me respondeu que vícios são mesmo difíceis de se entender, mas um dia eu chegaria lá, sem me viciar em nada, se Deus quiser (sic).

Mas aí eu perguntei ao meu pai: e se nesse tempo demorado acontecer outra tragédia? Bom a resposta foi que, então, havendo morte principalmente, e se a coisa ganhar uma dimensão internacional através do noticiário, é feita uma obra de emergência, com dispensa de licitação e o preço da obra costuma ser muitas vezes superior ao que se gastaria em condições normais ou preventivas. Mas que isso é uma outra história, muito longa e ele ia me esperar crescer mais para eu entender sozinho ou então assumir um posto como o dele para ver que a coisa não é fácil.

OBS: Professora, eu não entendi direito as ações dos poderes da forma como a senhora explicou mas depois que me lembrei dessa conversa eu tive com o meu pai na época da enchente aqui na minha cidade, tentei encaixar dentro do assunto que foi pedido na redação.E espero que a senhora não demore a me socorrer.

josé cláudio Cacá
Enviado por josé cláudio Cacá em 15/06/2011
Código do texto: T3035628
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