Maria lá na roça
Era uma vez uma menina pobre, chamada Maria, que morava lá na roça.
Sua casa era tão pequena, mas tão pequena, que mais parecia uma palhoça.
No entanto, apesar da família ter tão pouco, havia muita felicidade.
Até bem mais do que em muitas casas lá da cidade!
O pai de Maria trabalhava o dia inteiro na plantação.
Quando fazia tempo bom,
Plantava mandioca, milho e feijão.
Era ele quem cuidava da bicharada
Se esforçando muito pra nunca faltar nada.
Na criação tinha um pouco de tudo... galinha,
Pato, porco, carneiro e até uma pequena vaquinha.
A mãe de Maria arrumava a casa.
Varria, lavava, cozinhava
E com muito amor seus filhos criava.
Maria, como uma boa filha, fazia o que podia
Ajudando sua mãe nas tarefas do dia.
A vida na roça era difícil e apertada.
Todo dia, quando o pai de Maria pegava na enxada,
O suor pela testa escorria.
O sol, de tão quente, queimava a plantação.
E, já que nem sempre chovia,
A plantação de sede morria
E não sobrava água nem pra criação.
Nesses dias a vida era só tristeza
A comida quase sempre faltava à mesa.
E a mãe de Maria escondida chorava
Pois não conseguia achar uma explicação
De tanto sofrimento porque passava
E de como era difícil ganhar o pão.
Por isso, sempre antes de dormir, Maria rezava
E com muita fé ao seu santinho ela pedia
Pra que a seca que o sertão castigava
Fosse embora um dia
E a chuva caísse,
Trazendo de volta aquela antiga alegria.
De repente, quando a chuva voltava
A vida na roça inteira mudava.
Os passarinhos retornavam para os seus ninhos
E só se via verde por todo caminho.
Quando chovia, a colheita era farta
E a mãe de Maria uma linda mesa preparava.
Tinha leite quente, tapioca, bolo de milho e de batata.
Não existia nada igual naquela região.
E Maria ao santinho agradecia
Porque no fundo de seu coração ela sabia
Que ele não tinha esquecido de sua oração.