E agora?! Perdi o meu sono!

Já era tarde da noite, quando Ismênia descobriu

Que havia perdido algo que ela mesma nunca nem viu!

E como se tratava de algo tão importante,

Revirou de cabeça pra baixo o armário e as gavetas da estante.

Ismênia procurou por todo canto que podia.

Olhou debaixo do travesseiro, debaixo da cama...

Olhou por detrás da porta, até mesmo nos bolsos do pijama.

Ela sabia que ele só podia estar por ali em algum lugar.

Estava difícil encontrar, mas ela não desistia e continuava a procurar.

Foi quando Ismênia teve a ideia de contar pra sua mãe o que havia acontecido.

- Mãe, perdi meu sono e não consigo achar!

Ele deve ter se perdido ou deve estar muito bem escondido!

Será que a senhora pode me ajudar a descobrir onde ele está?

A mãe de Ismênia deitou-se ao lado dela e começou a explicar...

- O sono é como alguém que a gente marca um encontro e fica esperando, esperando...

Só que não se sabe ao certo até quando!

A gente passa tanto tempo acordada pastorando ele chegar,

Que acaba dormindo e nem vê ele passar.

Só depois que você fecha os olhinhos e começa a dormir e sonhar,

É que o sono chega bem de mansinho para os seus sonhos embalar.

Com muito cuidado, ele vem na ponta dos pés sem fazer barulho.

Às vezes entra pela porta, mas pode entrar também pela janela no meio do escuro.

Quando a gente acorda, ele já tem partido.

Aí, Ismênia ficou pensando:

- Ora, eu não estou achando nada disso divertido!

Ah! E se é assim que acontece, eu nunca devia nem ter dormido!

Foi quando sua mãe percebeu e lhe disse:

- Minha filha, o sono é um bichinho muito sabido!

Só quem viu ele sair, garante que na hora que a gente acorda ele já vai bem longe!

Dizem até que ele gosta de brincar de esconde-esconde!

E Ismênia mais uma vez ficou pensando:

- Ah! Mas, se eu nunca consigo com ele me encontrar,

Como vou fazer pra ele alcançar?

Até quando vou ficar de pega-pega brincando?

- O sono é assim mesmo, filha – disse sua mãe.

Tem horas que mais lembra uma brincadeira de pega-pega ou de cabra-cega.

E parece que quando você cochila e dorme, aí é que o bicho lhe pega!

Quando a mãe de Ismênia, aquela historinha, havia terminado de contar,

Ela já tinha dormido e, mais uma vez, nem viu o sono chegar.

O sono tinha entrado pela janela, mas Ismênia já havia adormecido.

E no outro dia foi embora, quando o dia nem bem havia amanhecido.

Mano Kleber
Enviado por Mano Kleber em 21/11/2011
Reeditado em 25/10/2012
Código do texto: T3348596
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