A aranha e a mosca
 
                          

          Havia uma aranha que andava em todas as paredes de uma casa. Enquanto tecia suas teias, observava tudo a sua volta em busca de um belo petisco que lhe satisfizesse a fome.
          Em outro cômodo da casa, havia uma mosca que voava de um lado para outro, e para outro, e para outro... E às vezes pousava para descansar.
          A aranha percebeu toda a agitação daquela mosca e ficou com água na boca:
-          Com a fome que estou, eu comeria várias moscas! Pensou alto, a faminta aranha.
-          Vou bem devagar para não espantar a caça – Tramou em seguida.

          Enquanto a mosca descansava despreocupadamente, não percebia todo o perigo que a rondava.
          A aranha aproximou-se, e num salto de precisão cirúrgica, agarrou a mosca, que de tão surpresa não esboçou qualquer reação. Porém, argumentou:
-          Peço que me deixe ir, por gentileza. Disse a mosca.
-          Nem pensar! Minha barriga me incomoda com tamanha fome! Exclamou a aranha com um estranho brilho nos olhos.

          A mosca pensou rapidamente e propôs:
-          Você que vive tecendo suas teias, dependurada, arriscando tomar um tremendo tombo, nunca sonhou como seria voar livremente sem essas teias? Indagou a mosca.
-          Seria maravilhoso! Encantou-se a aranha. Mas, fazer o que? Cada um é o que é! Concluiu em seguida.
-          Eu posso realizar o seu sonho. Mas, você terá de me libertar. Propôs a mosca.
-          De jeito nenhum! Não há a mínima possibilidade. Estou faminta. Disse a aranha.
-          Então, você me concederia um último desejo? Posso alçar um último vôo? Você pode até vir comigo. Falou a mosca.

          A aranha aceitou tal proposta e a mosca voou, voou a altura que ela nunca havia voado. A aranha ficou desesperada de tanto medo. E suplicava para que a mosca descesse. A mosca fazia ouvido de mercador. E aumentava cada vez mais a altura do seu vôo. A aranha não conseguiu se segurar e então caiu. O tombo foi tamanho que a aranha se machucou bastante, olhou para cima e esbravejou para a mosca. E, mancando, foi embora totalmente envergonhada.
          A mosca por sua vez, dava muitas gargalhadas, sabendo que seu plano para enganar a aranha surtiu o efeito desejado. E, em seguida, voou para bem longe dali, evitando assim, uma outra experiência tão traumática quanto aquela.
Emerson Mattos
Enviado por Emerson Mattos em 19/02/2012
Reeditado em 19/02/2012
Código do texto: T3508313
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.