De que cor é que eu pinto?

Quando Ismênia ainda era uma criança,

Passava horas e horas no chão a desenhar.

Era seu passatempo preferido, alegre e divertido

E Ismênia fazia desenho de todo tipo,

Desses do tipo que é feito para pintar.

Quando Ismênia começava, não queria mais parar!

Era uma brincadeira tão boa, mas tão boa, que ela nem via o tempo passar.

Espalhava papel ou cartolina pelo chão e, com um pedaço de lápis na mão,

Fazia rabiscos e mais rabiscos...

De muitas ideias legais que escapavam de sua imaginação.

Ismênia gostava mesmo era de desenhar belas paisagens...

Uma estrada, um arco-íris e, no céu, um colorido balão.

Um trem que vinha de tão longe, não se sabe bem de onde, trazendo aquela multidão!

Fazia, também, crianças no parque de diversão na maior brincadeira

Ou na praia, num lindo dia de sol, construindo castelos de areia.

Certa vez, Ismênia desenhou os bichos do lugar onde vivia.

Tinha pato, porco, galinha, vaquinha e passarinho de toda cor. Tinha até cotia!

Tinha, até mesmo, um pavão misterioso e um coelhinho muito medroso.

O pavão espalhava ao vento sua linda cauda, um leque todo colorido!

Enquanto que o coelho, coitado, comia sua cenoura perto da toca, escondido!

Acontece que na hora de pintar, uma pergunta ficava no ar...

E, agora, de que cor é que eu pinto?

Os adultos, quase sempre, gostavam de falar pra ela que cores usar!

Será que eles não entendiam que tem certas coisas que para uma criança não precisa explicar?

Com tanto giz de cera e com tanto lápis de cor, que Ismênia tinha apontado,

Não era possível que ela não soubesse fazer um desenho bonito e bem pintado!

E a menina continuava pensando assim...

Já me disseram tantas vezes que o sol é amarelo!

Mas por que é que eu não posso pintar da cor que eu quero?!

O sol bem que podia ser assim um pouco alaranjado

Como quando ele se põe ou, quem sabe, meio encarnado!

As pessoas vivem me dizendo pra colocar azul no céu

E que as nuvens deveriam ser brancas que nem folha de papel.

Bem que eu gostaria que o céu fosse de outra cor, diferente do jeito que fosse!

Agora, me diga aí... por que as nuvens não podem ser cor-de-rosa, assim como algodão-doce?

Será que é tão difícil entender que essas coisas uma criança já sabe fazer?

Eu sei que uma árvore devia ter uma folha bem verdinha,

Assim como tem fruta que só fica vermelha, quando está bem madurinha!

Iguais a essas, tem muitas coisas que a gente aprende e nunca esquece.

Mesmo quando a gente cresce, vira gente grande e depois envelhece.

Tudo era muito divertido porque o mundo todo era muito colorido!

E, enquanto Ismênia pintava, muitas vezes ela parava e pensava...

Já pensou como a vida seria meio sem graça e sem alegria?

Se não existissem cores no mundo... acho que ela perderia seu encanto e sua magia!

Tudo seria igual ou parecido, como duas metades de um limão bem partido.

Era assim que Ismênia brincava e se divertia.

No meio da brincadeira, ela sonhava ser uma grande desenhista, um dia!

Com tanta ideia na cabeça e com tantos lápis de cor na mão,

Ela saía pintando o mundo com as cores que sentia no coração.

E isso era algo que lhe trazia muita felicidade,

Porque ela sabia que era assim que acontecia com outras crianças da sua idade.

Mano Kleber
Enviado por Mano Kleber em 23/04/2012
Reeditado em 25/10/2012
Código do texto: T3629020
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