O menino que queria ser transparente

Pedro era um menino como tantos outros de sua idade, mas ele às vezes achava que não fazia parte do mundo.

Certo dia, lá estava Pedro sentado embaixo de um pé de laranja, conversando sozinho, ele dizia:

- Eu queria ser transparente da cor de uma bolinha de sabão, assim todos deixariam de zoar de mim, pois seria invisível.

Na verdade, Pedro era um menino especial, mas nada o impedia de interagir com outras crianças, apenas tinha o tempo de aprendizagem diferente dos outros meninos de sua idade: ele tinha dificuldade de aprendizagem.

Pedro adorava brincar de pega, pega. Nessa brincadeira, ele era o mais rápido, ninguém conseguiu pegá-lo. Ele corria muito, muito mesmo.

Mas os meninos de sua escola colocavam apelidos muito feios em Pedro. E isso lhe deixava muito triste. Chamava-o de jabuticaba, feijão preto, orelhudo, tartaruga entre tantos outros apelidos que o deixava muito triste.

Às vezes ele preferia ficar de fora das brincadeiras, só para não ser notado pelos outros meninos.

As professoras diziam que Pedro era um menino fantástico com habilidades diversas, ótimo corredor, muito bom com os números, sabia desenhar como ninguém: realmente, era um menino muito especial.

Contudo, alguns colegas de sua escola continuavam a zoar dele. Até que um dia, Pedro não foi mais para a escola e os meninos que ficavam zoando dele sentiram sua falta na brincadeira de pega pega: todos queriam que Pedro fizesse parte do grupo para ter mais chance de ganhar, já que ele era muito veloz.

A professora ficou preocupada com o sumiço repentino de Pedro. A sala estava sem graça, sua cadeira estava lá, no canto, vazia, faltava a presença de Pedro.

Então, para que Pedro voltasse para a escola e se sentisse de fato acolhido e amado, foi feito um trabalho ensinando os alunos a respeitar e conviver com as diferenças, já que o mundo é tão grande e nele as pessoas são diferentes, pensam diferentes, agem diferentes e devem ser respeitadas, independentes da vontade de cada um.

Assim, as professoras realizaram uma gincana na escola com o nome: “ diferente não, igual a você”

E a proposta foi levada a todas as turmas da escola na qual cada grupo teria que realizar trabalhos voluntários com diversas especialidades.

Depois do trabalho concluído, eles fariam um relatório oral em uma roda de conversa no qual falaria o que aprendeu, o que foi difícil, e o que é possível fazer. Dessa forma, teriam uma visão clara de que todos devem ter as mesmas oportunidades e frequentar os mesmos espaços, desde que sejam respeitadas as vontades e as condições necessárias ao seu aprendizado.

Com um trabalho concluído, Pedro retornou à escola que ele tanto amava, só que agora as pessoas já não o zoavam mais, pois aprenderam de forma prazerosa que o diferente pode ser igual a você. E todos viveram em harmonia respeitando e aceitando o outro como ele é.

Elisete Soares Moreira
Enviado por Elisete Soares Moreira em 01/05/2012
Reeditado em 24/07/2022
Código do texto: T3644362
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