A BESOURINHA RISINHA


Num jardim muito florido, onde diferentes espécies de flores viviam em harmonia, morava uma linda besourinha.
A casa dela era uma das mais bonitas e perfumadas casas do jardim. Os moradores jovens do jardim, ao passarem por Risinha, suspiravam enamorados.De vez em quando até aparecia um intruso, querendo morar na  casa rosa dela.
Todos os habitantes do jardim conheciam a besourinha Risinha e assim a chamavam porque ela passava o dia  sorrindo e  cantando, enquanto tomava banho de sol sobre o telhado de pétalas cor-de-rosa de sua casa ou enquanto fazia a limpeza da casa.
Muitas vezes, ela saia de sua casa para passear pelas redondezas e visitar suas amigas. Saia sempre bem vestida, com a sua saia de balão vermelha com grandes bolas pretas e fita no cabelo.
Num lindo dia de sol, Risinha limpava distraída uma das janelas da sua casa, quando uma imensa sombra encobriu-a. Desatenta, continuou seu trabalho, pensando ser mais uma nuvem gigante que passava por ali, escondendo o seu amigo sol.
Mas quando olhou pela janela em direção à rua, seu coração disparou assustado. Um gigante observava  sua casa com atenção e já se encontrava bem próximo dela.
Amedrontada, Risinha correu para um dos quartos e ali permaneceu de olhos fechados.
Instantes depois, sua casa rosa foi sacudida violentamente. Risinha foi jogada de um lado para o outro, como se estivesse em meio a um forte vendaval. Ela então agarrou-se a uma das paredes para não cair ao solo. O medo foi tão forte, que ela desfaleceu.
Quando acordou, tudo parecia calmo a sua volta. Só o sol não voltara a brilhar sobre o telhado de sua casa rosa. Com muito esforço, ela subiu ao telhado de pétalas  e curiosa estudou o ambiente ao seu entorno.
Após uma inspeção minuciosa, Risinha descobriu que  sua casa havia mudado de lugar e todas as demais casas  tinham mudado de cor. Todas haviam sido pintadas de rosa . Ficou sobre o telhado por longo tempo, estudando as casas vizinhas. Todas pareciam abandonadas e tristes.
Decidiu então visitar casa por casa e com tristeza descobriu que todas estavam abandonadas e o perfume delas já havia desaparecido. O silêncio era total.
 Já tinha vistoriado quase todos os telhados da vizinhança, procurando por algum possível morador e nada havia encontrado. Já ia desistindo, quando de repente, descobriu uma casa ainda mais envelhecida que as demais. Ao pousar sobre o telhado da  casa envelhecida, escutou um gemido que vinha de alguma parte dela. As portas e janelas estavam fechadas.
Com esforço, conseguiu abrir uma delas e entrou. Os gemidos vinham de um dos quartos.
Assim que chegou ao quarto, encontrou um besouro muito bonito e jovem deitado no chão. Tinha um aspecto bastante sofredor.
Risinha perguntou-lhe:
- O que houve com você, amigo besouro? Parece ferido...
Tentando erguer-se, o besouro explicou, gemendo de dor:
- Um monstro terrível arrancou a minha casa do jardim onde  morava. Não consegui sair a tempo  e sofri um acidente. Quebrei duas das minhas pernas e estou sem poder andar.
Risinha pensou rápido. Precisava ajudar o besouro ferido:
- Fique calmo amigo besouro. Vou tirá-lo daqui... Fique onde está... Voltarei num instante.  - E voou até sua casa para apanhar ataduras e medicamentos para tratar dos ferimentos do seu novo amigo.
Assim que retornou ao quarto onde o besouro machucado se encontrava, iniciou logo os curativos. Enquanto ela os fazia, perguntou:
- Porque é que todas as casas estão envelhecendo? Estão perdendo  sua cor e seu perfume?
O besouro olhou-a compadecido e respondeu:
- Então minha amiga não sabe que o destino das bonitas casa rosa é ser morta por um monstro chamado homem? Ele espera que as casas rosa estejam prontas, bem coloridas e perfumadas. Então ele as arranca do jardim e as deposita num vaso com água, na ilusão  que elas continuem ali, lindas e perfumadas , mesmo sem vida.
- Espantada, Risinha exclamou:
- Você quer dizer que a minha casa rosa está envelhecendo?Que logo perderá  seu perfume e morrerá em poucos dias?
O besouro concordou e concluiu:
- E se quisermos continuar vivos, é melhor abandonarmos logo as nossas casas, antes que o dono do vaso nos jogue juntamente com elas do cesto do lixo.
Depois de muito esforço, Risinha conseguiu conduzir o amigo besouro até o telhado da casa dele.
Enquanto faziam uma pausa para descansar um pouco, decidiram procurar uma casa menos perfumada e menos bonita para morar e que não despertasse a atenção do monstro novamente. Não pretendiam passar novamente pela triste experiência a qual haviam passado.
. E assim, saíram juntos a voar e a procurar um novo lar, prometendo permanecer juntos para sempre.







Escrito por Cristawein













 
Cristawein
Enviado por Cristawein em 03/10/2012
Reeditado em 19/10/2014
Código do texto: T3914246
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