O esconderijo das galinhas

O esconderijo das galinhas.

Marlene B. Cerviglieri

Todas as madrugadas minha mãe me levava para a casa de meus avós.O sol não havia parecido ainda era escuro e fresquinho.

Lá eu ficava até a hora de ir para a escola e meus pais iam trabalhar.

Ali eu permaneci toda minha infância e adorava ficar lá.

A casa não era muito espaçosa, mas o quintal era o meu paraíso.Meu avô cuidava muito bem dele

Havia arvores frutíferas, pereiras que carregavam de frutas.As pêras pareciam enferrujadas mas eram bem doces quando maduras.As parreiras eram três, uma de uva preta bem pequenina que meu avô usava muito para fazer vinho.As outras eram rosa e branca.Além de todas as frutas havia uma plantação que a vovó cuidava, com chás e ervas que os vizinhos vinham sempre procurar.

No fundo deste quintal havia um galinheiro com vários tipos de galinhas, brancas vermelhas carijós e uma diferente que não sei bem se eram galinhas de angola.

Só sei que faziam um barulho engraçado!

Neste dia resolvi que iria procurar uma forquilha para o meu estilingue.Nós brincávamos de tiro ao alvo com eles e fazíamos campeonatos para ver quem atirava mais longe a pedra.Nunca usei para maldades.

Subi na goiabeira mais alta e lá fiquei buscando.

De repente avistei num canto do quintal bem no fundo,

Uma mancha branca? Um monte de pedras?-

Ora o que seria?

Fiquei cismado e resolvi descer.

Fui direto ao lugar, e que surpresa!

Era um monte de ovos de galinha!

Corri para dentro da casa e chamei minha avó que não pareceu surpresa.

Levou uma cestinha de palha e pegou os 10 ovos que ali estavam!

Ai então me explicou que as galinhas costumam ter esconderijos no quintal.

-Veja, são ovos diferentes uns dos outros.

E realmente eram.

Mais tarde me chamou e havia feito um bolo gostoso de fubá usando alguns ovos do esconderijo.

Mais uma coisa para eu espiar agora seria os esconderijos das galinhas.

Vida boa aquela na simplicidade sem perigos e com liberdade.

Terminei meu estilingue e mostrei ao meu avô que estava fazendo um banquinho para mim.

-Cuidado menino isto é uma arma, veja lá o que vai fazer com ele!

-Pode ficar descansado vovô.

-Não se esqueça do meu carrinho de rolimãs viu?

Fizemos o campeonato e eu perdi, pudera o meu estilingue estava com defeito.

É claro só pensava em achar esconderijos de galinhas!

MBC

Marlene Cerviglieri
Enviado por Marlene Cerviglieri em 04/04/2007
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