O JACARÉ CAVALHEIRO
 


Uma certa borboleta
Lá das margens do Araguaia
Ofereceu uma gorjeta
Pra o Jacaré lá na praia.
 

Pois o rio era largo
Pra uma longa travessia
E o jacaré Camargo
Lhe faria uma cortesia.


Ela ia a uma festa
Na outra margem do rio
Na clareira da floresta
Um lugar lindo, sadio.
 

O Jacaré só ouvia
Daquela criaturinha
A tamanha ousadia
medo dele ela não tinha.
 

Sabia que a outra margem
Era um pouco distante
Do rio tinha a vantagem
De o conhecer bastante.
 

Convidou a borboleta
Pra no seu nariz pousar
E ela numa pirueta
Foi logo se acomodar.
 

Nosso Jacaré Camargo
Das margens do Araguaia
Completou o seu encargo
sem temer nenhuma vaia.
 

Mostrou um belo sorriso
Cheio de dentes pontudos
Pensou estar no paraíso,
Era um jacaré sortudo.
 

A borboleta atrevida
Ao voar para a floresta
Agradeceu comovida
Sorrindo foi pra sua festa.
 
 



Para minhas sobrinhas Talita, (alecrim Dourado) e Alice, (Olhos de lua).