Broncoloco Tictac
Broncoloco Tictac, balança de um lado pro outro
Uns dizem que é mania, outros que é mesmo louco
Inventaram tempo atrás que ele foi relojoeiro
Nas terras de onde veio, pros lados de Juazeiro
Mas isso é maledicência, pois o povo, a gente sabe com é
Acaba que sempre se endoida por problema com mulher
Mas ele também dá motivo, pois quando passa um mulherão
Seu movimento de pêndulo para de supetão
E ele fica encarando e acompanha até sumir
Mas faz isso é com todo mundo, às vezes chega até a sorrir
Tá la ele alheio a tudo, no seu tictaquear
E de repente põem reparo, para, e fica a te olhar
E todo mundo olha junto e já começa a pensar maldade
Pois sabem que o Tictac, enxerga de outra realidade
E esse é seu inútil poder, fazer os outros terem atenção
Mas é sempre uma atenção maldosa, e cheia de especulação
Faz casamento acabar, empregado brigar com patrão
Pôs repara uma vez num deputado, e ele perdeu a eleição
Mas se alguém repara nele, faz de bobo e começa a balançar
Se se insiste e puxa conversar, tictac começa a falar
E vai repetindo e balançado, até o sujeito sair de perto
Ai ele dá um sorriso, se achando muito esperto.
E vai pro seu quarto, num hotel de má reputação
Que ele paga baratinho, com dinheiro de sua pensão
Mas tem dia que fica bravo, quando alguém quer usar seu poder
Ele saca logo a maldade, do que quer o inimigo com maldizer
E ai ele balança mais e mais com o tic tac mais forte
E quem conhece já sabe, que o sujeito tá assinando sua sentença de morte
Se a pessoa não desiste, e continua no seu interim
Ele para, começa a tremer, e grita bem alta: Trrriiiiimmmmm!!!
Ai acabou pro sujeito, fica mal falado pro resto da vida
Afinal seu poder não é capricho, é sina a ser cumprida
Mas é raro chegar nesse ponto, dizem uns que não existe isso não
Isso é história que contam, um conto de assombração
O Tictac só fica na sua, quietinho pendulando no seu cantinho
De vez enquanto para, fica te olhando, e no fim, dá um sorrisinho.