O MENINO E O FELINO - 02 DE 03

No dia seguinte tudo correu maravilhosamente bem. Cada um procurou fazer suas funções normalmente.

Márcio permanecia na cama dormindo como uma pedra. O bichano acabara de acordar. Saíra de sua caixa de sapatos predileta, deu um pulo na cama e se ajeitou em um pequeno espaço no colchão do menino.

O gato já estava cochilando quando recebeu uma lapada do braço de Márcio. O garoto se virara na cama dormindo e batera com o braço no felídeo, fazendo-o dar um miado forte e pular da cama.

Foi justamente aí que o felino caiu de pé em frente da porta. Notou que a mesma estava entreaberta. Márcio se esquecera de fechá-la na noite anterior.

O bicho, curioso, passou entre a porta e a parede e passou a fazer uma excursão na casa.

Quando estava na cozinha, sentiu o cheiro do peixe que Dona Deolinda, mãe de Márcio estava cozinhando e começou logo a miar.

Surpresa, a mulher ficou maravilhada com o gato. Ela sempre quisera ter um gato angorá, mas as suas possibilidades econômicas não permitiam.

- Chaninho, chaninho. Mas que coisa linda. – Disse Dona Deolinda pegando o gato.

- E está bem limpinho e bem cheirosinho. De onde será que ele veio?

Dizendo isso, ela correu até o marido, Seu Mário e mostrou o felídeo.

- Olha quem apareceu aqui em casa querido.

- Nossa. Esse gato é lindo. Já viu o olho azul dele? Entusiasmou-se o homem.

E assim ficaram um tempo acariciando e babando o gato.

Márcio nesse momento acordava de seu sono. Foi ao banheiro, escovou os dentes, fez xixi, tomou um banho e após vestir-se lembrou do gato. Foi até a caixa de sapatos e surpreendeu-se. O gato não estava ali. Começou a procurar em todos os locais dentro do quarto no qual ele poderia estar e nada. Foi quando olhou em direção à porta e viu a mesma entreaberta.

- Meu bichano fugiu...

A partir daí começou a chorar. Sua mãe apareceu para acordá-lo para a escola e perguntou o motivo do choro. Ele no começo titubeou, mas acabou dizendo.

- Eu encontrei ontem um gato lindo. Trouxe para cá, dei banho, o fiz ficar cheiroso e agora vi que ele sumiu. Ele foi embora. E dizendo isso voltou a chorar.

Sua mãe então deu um sorriso e disse:

- Ah, então foi você que o trouxe? Ele está lá na sala brincando com seu pai.

Ao ouvir isso, ele olhou para sua mãe e começou a rir copiosamente. A alegria do menino em saber que o gato não tinha fugido emendara-se ao fato de saber que seus pais não tinham rejeitado o pequeno animal.

Correu então até a sala e viu seu pai acariciar e dar um beijo no rosto do gato e seguidamente cuspir os pelos que haviam ficado em seus lábios. Viu o filho e o chamou para perto.

- Qual o nome dele? Já pensou?

- Ainda não painho, mas se você quiser dar um nome a ele pode dar.

- Hum... Vamos ver... Ele é um gato angorá. Vamos chamá-lo de Angorano.

- Painho, Angorano é muito esquisito. Vamos chamá-lo de Angorinho então. Fica mais bonito.

- Angorinho? Hum... Combinado.

A partir daí o menino teve coragem para contar para sua mãe sobre o zero que tirara em matemática. Apesar de ficar chateada no início, ela resolveu apoiar o filho e mesmo apertada financeiramente, contratou um professor particular para o menino. A partir daí ele nunca tirou menos que nota oito em matemática e sua mãe voltou a ficar feliz com ele.

O gato ficou morando com eles e o tempo passou e Márcio foi crescendo e os dois sempre brincando pelo meio da casa, pelos sofás e pelos colchões.

Desde que trouxera o gato para as redondezas, todos passaram a tratá-lo bem e sempre que iam a sua casa faziam carinho no gato.

A seguir, a parte final...

Alci Santos
Enviado por Alci Santos em 03/02/2016
Código do texto: T5532779
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