O Sapinho festeiro


Houve um tempo bem distante
Que ficou lá no passado
Que a bicharada falante
Sabia dar seu recado.

Foi aí que o sapinho
Por nome de Barnabé
Recebeu um recadinho
Bem na hora do café.

Quem lhe passou o recado
Foi a raposa Iracema,
Que vinha do batizado
Dos filhos da Seriema.

Depois de comer o mel
A raposa assim falou:
Vai ter festa lá no céu,
Esta notícia eu te dou.

O sapinho saltitante
O olho grande arregalou,
E Num pulo impressionante
A boca escancarou.

ÔBA! ÔBA! Ele gritava
De puro contentamento,
E a boca escancarava,
Cabia um boi lá dentro.

A raposa observava
O que o Barnabé fazia
E lembrou-se da ressalva
Que o convite trazia.

Que bichos de grande boca
Na festa não entrariam,
Pois era uma coisa louca
O quanto que eles comiam.

Mas você não imagina
O que fez o Barnabé,
Com a boca fechadinha
Lembrou-se do jacaré.

Coitadinho do Jacaré,
Num vai nem passar por perto,
Mas eu sou o Barnabé
Vou entrar lá, estou certo.

E assim a saparada
Encontrou a solução
Falar de boca fechada
Pra não entrar mosca não.

(Hull de La Fuente)


Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 20/07/2007
Reeditado em 20/07/2007
Código do texto: T572400
Classificação de conteúdo: seguro