O SAPO E A COBRA

- Esta fábula é do folclore africano, nos faz refletir sobre como o mundo seria melhor sem os preconceitos que afastam as pessoas.

.....

Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho.

- Olá! O que você está fazendo estirada no capim?

- Estou me aquecendo no sol. Sou uma cobrinha e você?

- Um sapinho. Vamos brincar?

- Vou ensinar você a subir na árvore, enroscar-se e deslizar sobre o tronco. - disse a cobrinha.

- E eu, vou te ensinar a pular. –completou o sapinho.

Eles brincaram a manhã toda no mato. Cansados de tanto brincar ficaram com fome e foram embora. Cada um para a sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte.

- Obrigada por me ensinar a pular.

- Obrigado por me ensinar a subir na árvore.

Em casa o sapinho mostrou para a sua mãe que sabia rastejar.

- Quem ensinou isso a você?

- A cobrinha, minha amiga.

- Você não sabe que a família da cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem para um sapo.

Em casa a cobrinha mostrou a mãe que sabia pular.

- Quem ensinou isso a você?

- O sapo meu amigo.

- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu com a família do sapo. E da próxima vez, bom apetite! E pare de pular! As cobras não fazem isso, é muito feio.

No dia seguinte voltaram ao mesmo lugar. Cada um ficou no seu canto.

“Acho que não posso rastejar com você hoje” – pensou o sapinho.

A cobrinha olhou para o sapinho e lembrou-se do conselho da mãe, pensou: “Se chegar perto, eu pulo e o devoro”.

Mas, lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que aprendeu com o sapinho. Suspirou e deslizou para o mato. Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos. No entanto, ficavam sempre no sol, pensando no único dia em que foram amigos.

__________________//________________

- Vovó Tuta, o que é preconceito?

- O nome já diz Pré-conceito, é um julgamento que se faz de alguém ou algo, antes mesmo de conhecê-lo.

- Acho que entendi. Coitadinhos do sapo e da cobrinha.

Crianças inocentes

Não têm preconceito

Ele é criado por gente

Que se julga perfeita

CONTE OUTRA VEZ? ERA UMA VEZ... (prosa e poesia)

Editora Mágico de OZ Lisboa - Portugal - 2014 - pág 8/11

Coleção "Desperta criança poeta" volume III

Sandra Ferrari Radich
Enviado por Sandra Ferrari Radich em 14/09/2016
Reeditado em 07/06/2017
Código do texto: T5760573
Classificação de conteúdo: seguro