O Pássaro Cobra

O Pássaro Cobra

Marlene B. Cerviglieri

Desta vez as ferias, prometiam bastante!

Estávamos contando os dias de tanta pressa que tínhamos em ir.

Até que finalmente chegou o dia da partida .Todos estavam sentados numa alegria contagiante.

Era a primeira vez que minha turma ia para um acampamento.

Foi só o ônibus sair que ficamos todos de pé na maior algazarra.

Cantamos, atiramos bolinhas de papel uns nos outros, até jogamos no corredor .

Coitado do motorista era uma senhora muito bondosa.

Lá chegando nos acomodamos, e é claro ficamos juntos no mesmo quarto.

O lugar ficava no meio de montanhas e passamos por varias fazendas onde o gado pastava.

Para nós era gostoso de ver,pois vínhamos de uma selva de pedras...

Fomos chamados no salão principal para orientações.

Gostei muito do monitor que seria encarregado do nosso grupo.

Estávamos em seis, mais alguns que foram agregados ao nosso grupo.

O total de grupos era de cinco.

Isso mesmo garotos e garotas!

Tínhamos uma programação para o dia inteiro, com passeios em charretes, visitando trilhas e cachoeiras, visita aos cavalos corredores que ali descansavam.

Enfim era um dia cheio de tudo.

Como comíamos bem!

Cada bolo e doce gostoso mesmo.

A noite sempre nos reuníamos em torno de uma fogueira bem grande.

Naquela noite muitos foram dormir, pois estavam exaustos.

Meu grupo ficou e mais alguns.

Foi então que o monitor começou a contas casos...

Era assim que ele se referia as histórias...

-Bem criançada, hoje vou contar para vocês a história de um pássaro.

Pensei comigo, chiii acho que vou dormir.

Mas quando ele começou não sai mais.

-Existe uma lenda que os indígenas contavam sobre um pássaro cobra.

Pássaro cobra! Repetimos todos.

-É sim.

-Diziam os indígenas que uma vez a filha pequena do pagé, chefe da tribo foi para a floresta brincar.

Ninguém se importava, pois era comum as crianças irem brincar por lá.

Mas chegada a noite ela não voltou!

Ficaram preocupados e foram para a floresta procura-la.

Andaram bastante com toda pratica que tinham, pois conheciam muito bem os caminhos.

Chegaram até perto de uma cachoeira e lá estava a indiazinha caída na relva.

Parecia estar dormindo, quando o feiticeiro da tribo pediu para se afastarem dela.

Todos obedeceram e ficaram de longe vendo o que ele iria fazer.

Cantou pulou bastante, jogou um pó nela e então chamou os outros índios.

Sentaram-se numa roda, e ele falou:

-Indiazinha Tainá com feitiço..

-Indiazinha vai dormir muito agora, vamos levá-la para a taba.

Assim foi feito.

Só que Tainá ficou dentro da Oca e ninguém a viu mais.

Peri que era seu amigo de brincadeiras não se conformava.

Arranjou um jeito de espiar lá dentro.

Ah... que surpresa!

Deu um pulo para trás e saiu correndo.

Chegou sem fôlego perto de seu pai que até se assustou.

-Que foi menino?

-Pai o que vi agora...

-Fala logo anda!

-Tainá pai...

Sim o que tem Tainá?

-Ela é um pássaro agora!

-Só que com cara de cobra!

Não se assuste Peri, um dia tudo vai voltar ao normal.

Ela esta apenas enfeitiçada.

-Mas pai é tão feio de se ver?

Mas é apenas ilusão filho, logo ela será a mesma.

-Como assim pai?

É, ela esta enfeitiçada e foi o Urutau que fez isso.

O Urutau? O que é isso?

O pássaro menina que vive nas matas.

Ele também era uma menina e se transformou em pássaro.

Mas porque ele enfeitiçou Tainá?

Porque ele sofre de amor e pensa que toda menina vai tirar o amor dele, já que é um pássaro enfeitiçado e não pode voltar a ser menina!

Ele tem um canto muito triste.

Mas porque a cara de cobra?

Ah, isso não sei vai ver que é para assustar mais ainda.

E quando ela vai voltar ao normal?

Pelo feiticeiro mais duas Luas.

Espero que passe logo.

Este é o caso de hoje criançada.

Vamos dormir que amanhã tem mais.

-E claro que brincamos boa parte da noite, assustando uns aos outros.

Mas que valeu a historia na beira da fogueira valeu mesmo.

Logo que deu fiz minha busca sobre o Urutau, nossa é tudo verdade o que ouvimos...

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Voltamos revigorados e cheios de casos para contar.

Até breve.

Abraço.

Marlene

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Marlene Cerviglieri
Enviado por Marlene Cerviglieri em 25/07/2007
Código do texto: T579093