O cravo, a Rosa e a Rosa-Juvenil

Vou contar uma história

Quem quiser que me escute

Espere!

Sente!

Silêncio!

Já vou começar...

História de hoje: O cravo, a Rosa e a Rosa-Juvenil

Era uma vez um casal que levou um tempo para perceber que entre eles o que existia era amor! Amor de verdade! Para isso, eles não se entendiam, viviam aprontando para um chamar a atenção do outro! Até que um dia... Ai, ai, ai... Até que um dia o amor falou mais alto e forte: Casaram-se e... Tiveram uma linda filha, a coisa mais linda do mundo. Uma bela Rosa-menina, de bochechas rosadas, lábios carnudos e os olhos azuis como a água do mar! Os cabelos dela eram negros como a noite e em poucos instantes já estava correndo por aí, pousando borboleta no dedo.

Rosa-Juvenil cresceu cercada de muito afeto e felicidade, aprendeu a fazer poesia e a contar lindas histórias de encantamento. Os pássaros, as flores, outros animais e as árvores, todos ficavam emocionados com a voz da Linda Rosa-Juvenil.

Certo dia, certo dia, depois de uma invasão no Reino florido da felicidade, os pais da Rosa-Juvenil foram levados como escravos por uma Bruxa má rodeada de selvagens gatos horripilantes e uma vassoura voadora!

Rosa-Juvenil escapou porque foi escondida debaixo de uma árvore antiga, de uma raiz mágica. A bruxa má tinha inveja da felicidade do Cravo e da Rosa. Dizem por aí que ela é uma dessas plantas venenosas, cheiinha de espinhos e rugas. Ela não aceitava a escolha do Cravo pela Rosa e o nascimento da Linda filha do casal a fez ficar ainda mais com rancor.

Rosa-Juvenil ficou muito triste. Para alegrar seu coração, uma bela cigarra a ensinou a cantar, dizendo a ela que cantasse com o coração que o canto chegaria ao coração dos pais!

Assim ela fez. Todos os dias saía por entre as árvores a soltar a voz. No começo, os coelhos corriam ainda mais velozes, as tartarugas punham os dedos nos ouvidos e as flores não tinham coragem de desabrochar. Apenas os grilos e as gralhas suportavam.

Passando os dias, balançando em seu balanço, Rosa-Juvenil soltou a voz tão docemente cantando para seus pais, que pássaros de todos os lados e espécies vieram e ficaram ali encantados! Os beija-flor sorriam de contentes e as graúnas emocionadas. Os coelhos pararam e as tartarugas até tentaram fazer um coro.

A voz da Rosa-Juvenil atravessou as fronteiras da terra, foi levada pelo vento, chegando até o coração de seus pais e lágrimas de alegria foram escorrendo pelos olhos deles!

Rosa-juvenil completou quinze anos. A natureza toda comemorou junto com ela. De longe, o barulho dos sorrisos e das palmas despertaram a curiosidade da bruxa má. Ela logo sentiu a inveja tomar de conta dela. Foi ao pomar,viu o lindo pé de jambo, colheu alguns, pôs dentro de uma cesta, vestiu uma roupa de vovozinha e foi ao encontro da Rosa-Juvenil.

Os jambos eram suculentos, enchiam os olhos e faziam a boca salivar. Ela, a bruxa má, tinha cheiro de enxofre, a natureza até que tentou alertar, mas Rosa-Juvenil já tinha ficado encantada com a cor e a vontade de poder morder um jambo tão delicioso quanto aqueles.

A bruxa-má, vestida de vovozinha, sorriu e deu todos a ela como presente de aniversário. Rosa-juvenil pegou com as duas mãos o mais delicioso e levou à boca! Mordeu, mastigou e caiu em sono profundo. A bruxa-má sorriu e sumiu de repente.

Todos tentaram acordar a Rosa-Juvenil, mas nenhum esforço tinha resultado. O tempo foi passando, passando, os galhos das árvore a cresceram para protegê-la do sol, o mato foi ficando enorme e o lugar ficou feio e abandonado.

Os pais da Rosa-juvenil, Dona Rosa e seu Cravo, já estavam ficando de idade avançada.

Cem anos se passaram, Rosa-Juvenil já estava com mais de cem anos, mas com aparência de quinze anos.

Nunca mais seus pais ouviram sua voz, uma tristeza grande eles sentiram...

Certo dia, certo dia foi ouvido um barulho de cavalo, um lindo e grande animal vistoso tratando elegantemente por ali, terra esquecida, nunca mais visitada por ninguém. Sobre o cavalo estava um majestoso jovem, aparentemente cansado e abatido. Parou, desceu do cavalo, bateu palma, gritou e só ouvia o baralho da voz dele e dos seus próprios passos. Chegou ao porta do Reino, bateu e a porta se abriu.

Aos poucos jovem foi entrando e cortando alguns galhos com sua espada. Estava com muita sede. Quebrando alguns galhos, algo chamou sua atenção. Encheu de coragem, caminhou em direção a sua curiosidade e logo se encantou com a imagem da linda rosa que ali estava deitada. Ele chego mais perto e ficou ainda mais com os olhos brilhando e o coração disparado.

O que ele sentiu? Amor! Um amor tão grande que ele nem percebeu que a linda Rosa-Juvenil estava desacordado!

Chegou mais perto, tentou perceber a respiração dela, daí os lábios dele tocaram os delas! Não querendo ser desrespeitoso, beijou tão docemente os lábios da Rosa-Juvenil que, aos poucos, ela foi despertando do sono profundo.

Na verdade, esse era o segredo do encantamento, a bruxa má sofrem de dor de não ter sido amada pelo Cravo, desejou que a Rosa-Juvenil ficasse encantada até o dia em que aparecesse um belo jovem e a amasse profundamente.

Rosa-Juvenil despertou, foi levada pelo belo jovem em seu cavalo até o Reino da alegria. Lá, Rosa-Juvenil descobriu que o jovem era um Bel Príncipe. Casaram-se, foram tão felizes que tiveram um jardim inteiro de filhos.

Contei desse jeito para não ser o derradeiro! Quero ver se você contar sem errar o enredo.