A assembleia dos ratos

Vivia no porão de um casarão antigo uma família de ratos: o pai Ratão, a mãe D. Ratinha e oito ratinhos, todos com os rabinhos balançando pra lá e pra cá.

Junto com essa trupe, ainda moravam no porão um ratão gordo e preguiçoso chamado Ratonildo e uma ratazana charmosa chamada Roedora... E pelo resto do casarão enorme, mais uma centena de ratos de todas as cores e tamanhos.

Acontece que naquele casarão cheio de ratos havia um gato. UM GATO!

Mas que tormento! Ele caçava e comia todos os ratos que encontrava. Dia e noite era uma correria sem fim: os ratos se escondendo em qualquer buraquinho que encontravam, subindo pelas paredes, escalando as cortinas até o telhado... E o gato incansável perseguindo os bichinhos.

De quando em quando o bichano devorava um ratinho descuidado que se deixava alcançar.

O senhor Ratão, respeitado pai de família, marcou então uma assembleia de ratos. Era uma reunião para encontrar alguma maneira de se livrar do terrível gato.

Depois de muita conversa, várias ideias foram apresentadas: contratar um cachorro para espantar o gato, arrumar uma namorada para o bichano, jogar água nele... Porém, nenhuma das ideias parecia muito boa.

Por fim, um ratinho chamado Arquimedes de um sobressalto deu um grito e falou:

- Eureka! Achei a solução! Pensem comigo: o gato consegue pegar a gente porque é muito silencioso e nós não ouvimos sua aproximação. Não é verdade?

- Isso é certo – disse o gorducho Ratonildo. Mas, isso não resolve nada!

Arquimedes pediu calma, muita calma nessa hora e continuou:

- Nós precisamos de alguma coisa que nos avise quando o gato estiver por perto. Que tal amarrarmos um sininho no pescoço do gato? Assim, cada vez que ele se aproximar ouviremos o som do sino e teremos tempo de nos esconder.

- Que ótima ideia – exclamaram todos os ratos em coro. O aplauso foi geral.

Foi então que um velho e sábio rato chamado Esopo, que até aquele momento estava quieto no seu canto, levantou-se e disse:

- Pode ser uma ótima ideia, um plano inteligente! Mas, digam-me uma coisa: quem aqui está disposto a colocar o sino no pescoço do gato?

Silêncio... Ninguém respondeu. Num instante a sala de reunião ficou vazia.

Falar é fácil, fazer é bem mais difícil!

Moral da história: Não adianta ter ideias brilhantes se não estivermos prontos para pô-las em prática.