A FORMIGA CATARINA

A formiga Catarina era muito vaidosa, vivia de nariz arrebitado se fazendo melhor que todas as outras formigas da sua colônia. Enquanto as outras saiam cedinho para trabalhar, Catarina passava as horas passeando pela floresta, com toda a sua arrogância ainda exigia comer melhor que as outras, dizia que seu paladar era muito sensível e só poderia comer folhas suculentas.

Os pais, cansados das atitudes da filha resolveram tomar uma decisão, estavam chateados de ouvir todas as outras formigas revoltadas com as manias da Catarina.

- Se não se sente bem vivendo na nossa humilde casa, procure outro lugar para viver com o luxo de que tanto sonha. -Esbravejou o chefe formigão Zé, responsável por toda aquela colônia.

Todas as outras formigas ficaram em volta a espera da resposta da Catarina.

- Eu cansei de ver todos trabalhando, trabalhando, ninguém aqui se diverte, aqui nunca se faz uma festa, gritou Catarina.

-Trabalham sim! Mas temos o inverno para descansar e tudo que precisamos temos aqui em nosso castelo. O que mais podemos querer? Gritou o pai revoltado.

-Há, há há… Gargalhou Catarina. Trabalhar de outono a primavera, isso é cansativo. Prefiro mesmo ir embora e viver a vida bem longe daqui.

- Então vá! Gritaram todos, formigas e formigões.

Catarina pegou sua sacola, colocou nas costas. Antes de sair virou-se e disse: Que fiquem aqui nas suas vidinhas, eu não nasci para viver sem aventuras. Tomara que apareça um tamanduá bem esfomeado para visitá-los. Saiu sem olhar para trás.

Os dias se passavam, na colônia a vida continuava com trabalho, amor e união.

Bem longe dali, Catarina passava os dias cavando e cavando e nunca conseguia mais que um centímetro, a vida era muito dura, a noite caia cansada sem forças para continuar e precisava construir a sua morada e formar uma família.

O tempo passava, aos poucos ela estava reconhecendo que estava arrependida da burrice que fez, lembrou da sua vida boa e de tudo que só sabia reclamar e agora, o que fazer para sobreviver sozinha.

O inverno estava chegando, ou se rendia e voltava para casa, ou morreria de fome e de frio.

E foi como todos da colônia esperavam, uma certa manhã chega a Catarina com as antenas baixas, os olhos tristes, estava muito magra e cambaleando. Não era mais aquela formiga arrogante, cheia de ousadia.

Quando todos apareceram na porta, ela só conseguiu dizer antes de desmaiar;

-Desculpem! Reconheço que a união faz a força, fui muito orgulhosa e reconheço que sozinha não irei sobreviver.

Assim a história como deve ser, acabou todos reunidos e felizes.

Irá Rodrigues