MENINOS DAS ROÇA
- Capitulo III -
Um pouco adiante Menina avistou várias Flores do Fogo. Sinhá Doninha dizia que aquela era a “flor do diabo”, por que nascia das cinzas. O vermelho das flores era vibrante, e elas lembravam brasas suspensas. Menina olhou-as receosa.
Se a flor era do diabo, melhor seria manter distância.
Vai que o capeta estivesse por ali, invisível, olhando quem se aproximasse da flor.
Era melhor se afastar logo. Com medo, ela fez sinal de silêncio para o irmão, depois apontou as flores e sussurrou no ouvido dele:
_ Zico! Vamos sair daqui! O capeta deve estar olhando as flores dele, não diz nada não, ele pode escutar...
O garoto sacudiu a cabeça em sinal de obediência e silenciosamente se afastaram das flores. O terreno parecia não ter fim. Os pequenos continuaram andando até o momento em que Zico avistou algo e chamou a atenção da irmã:
_ Olha! Lá no canto, uma baleia! Vamos ver de perto?
Menina virou-se pra direção apontada. Viu um enorme tronco preto e cinza que jazia nos limites do terreno, estava próximo da cerca. Curiosos, correram até lá. Ao chegarem perto, diminuíram o passo e Menina disse:
- É só um tronco queimado. Parece mesmo a baleia dos desenhos do papai. Vamos dar a volta pra ver o que tem atrás dele?
Os garotos contornaram o tronco. Descobriram que no interior dele ainda havia fogo. Zico preocupou-se:
- Moço, a gente não pode ficar aqui. Está vendo? Ainda tá queimando.
A garota olhou por onde o fogo já havia passado. Parecia um túnel. Concluiu que aquele era o jequitibá que fora desprezado pelos lenhadores por causa das brocas. Agora o fogo estava se encarregando de comer o mal que fatalmente ia matar a pobre árvore centenária.
_ Sabe, Zico? Esta árvore é aquela que os cortadores disseram que não prestava. Ela ia morrer de qualquer jeito. Quando o fogo acabar, aí dentro vai ficar um buraco grande. Vai ser bom de brincar!
_ Coitada! Mas mesmo com o fogo aí dentro, ela parece uma baleia.
_ É mesmo. Só que agora a gente tem que voltar. Nós estamos perto da casa do polonês.
Ao ouvir o nome “polonês”, Zico ficou apreensivo e concordou de imediato com a irmã.
_ Tá bom! Vamos voltar! Mas a gente não achou nada de bom pra levar pra casa - lamentou Zico.
_ É claro que não! Ninguém pode aproveitar nada de um lugar onde o fogo passou. Só ficam as cinzas – e olhando para o campo à sua frente, acrescentou - e aquelas flores ali, as flores do capeta.
Continua no próximo capítulo...
- Capitulo III -
Um pouco adiante Menina avistou várias Flores do Fogo. Sinhá Doninha dizia que aquela era a “flor do diabo”, por que nascia das cinzas. O vermelho das flores era vibrante, e elas lembravam brasas suspensas. Menina olhou-as receosa.
Se a flor era do diabo, melhor seria manter distância.
Vai que o capeta estivesse por ali, invisível, olhando quem se aproximasse da flor.
Era melhor se afastar logo. Com medo, ela fez sinal de silêncio para o irmão, depois apontou as flores e sussurrou no ouvido dele:
_ Zico! Vamos sair daqui! O capeta deve estar olhando as flores dele, não diz nada não, ele pode escutar...
O garoto sacudiu a cabeça em sinal de obediência e silenciosamente se afastaram das flores. O terreno parecia não ter fim. Os pequenos continuaram andando até o momento em que Zico avistou algo e chamou a atenção da irmã:
_ Olha! Lá no canto, uma baleia! Vamos ver de perto?
Menina virou-se pra direção apontada. Viu um enorme tronco preto e cinza que jazia nos limites do terreno, estava próximo da cerca. Curiosos, correram até lá. Ao chegarem perto, diminuíram o passo e Menina disse:
- É só um tronco queimado. Parece mesmo a baleia dos desenhos do papai. Vamos dar a volta pra ver o que tem atrás dele?
Os garotos contornaram o tronco. Descobriram que no interior dele ainda havia fogo. Zico preocupou-se:
- Moço, a gente não pode ficar aqui. Está vendo? Ainda tá queimando.
A garota olhou por onde o fogo já havia passado. Parecia um túnel. Concluiu que aquele era o jequitibá que fora desprezado pelos lenhadores por causa das brocas. Agora o fogo estava se encarregando de comer o mal que fatalmente ia matar a pobre árvore centenária.
_ Sabe, Zico? Esta árvore é aquela que os cortadores disseram que não prestava. Ela ia morrer de qualquer jeito. Quando o fogo acabar, aí dentro vai ficar um buraco grande. Vai ser bom de brincar!
_ Coitada! Mas mesmo com o fogo aí dentro, ela parece uma baleia.
_ É mesmo. Só que agora a gente tem que voltar. Nós estamos perto da casa do polonês.
Ao ouvir o nome “polonês”, Zico ficou apreensivo e concordou de imediato com a irmã.
_ Tá bom! Vamos voltar! Mas a gente não achou nada de bom pra levar pra casa - lamentou Zico.
_ É claro que não! Ninguém pode aproveitar nada de um lugar onde o fogo passou. Só ficam as cinzas – e olhando para o campo à sua frente, acrescentou - e aquelas flores ali, as flores do capeta.
Continua no próximo capítulo...