NÃO POSSO ESCOLHER

Por causa da timidez nunca posso escolher quem eu quero, aceito quem me escolhe! Sempre foi assim, mas acho que também tem a ver com a minha criação. Quando via todas as minhas amigas (muito mais populares que eu) namorando com os rapazes que elas queriam, me dava uma inveja imensa delas. Eu, ao contrário, me dava por feliz se algum rapaz, bonito ou não, chegava em mim.

Olá queridos leitores!

“Epa, epa, epa!” diria o Juvenal Antena, tem algo estranho nisso tudo. Primeiro: ninguém é obrigado a ficar com quem não está a fim. Segundo: ninguém tem a obrigação de ser exatamente igual a outra pessoa (as amigas). O problema reside em você, a timidez atrapalha sim o nosso poder de escolha, mas não nos obriga a aceitar qualquer coisa ou pessoa. O direito de aceitar ou não um pedido, uma cantada, um presente, etc., é seu e de mais ninguém!

Colocar a timidez como agente compulsório de nossas tomadas de decisões, de nossos sins e nãos, é desculpa para se esconder atrás dela. Se pensarmos que somos obrigados, por sermos tímidos, a só usar a palavra “sim” em nossas respostas, estaremos condenados à submissão e à infelicidade. Não, a timidez não lhe obriga a isso! Há, certamente, outros caminhos a trilhar, independentemente da maneira pela qual fomos criados, se com muito recato, ou com mais liberalidade, nas maneiras de se portar perante outras pessoas.

O fato é que existem pessoas diferentes, é isso apenas. Não é necessário ser popular para que possamos exercer o nosso direito de escolher com quem vamos namorar, ficar, estar, conversar, amar, etc. Quando se é muito jovem tende-se a pensar muito nessas coisas: o que ela tem que eu não tenho, daí cria-se o mito da “gostosona” da escola, modelo de beleza e sensualidade para todas as menininhas do lugar, do bairro. O que acontece é que essa “gostosona” sabe usar de todos os recursos que possui – e quem pensar só no físico, caí do cavalo -, além de bela, charmosa, ela sabe exatamente o que quer – às vezes apenas ser o centro das atenções -, e, habilmente, utiliza suas armas físicas para determinados fins: deixar os rapazes da escola doidinhos por ela, fazer com que as meninas a respeitem como uma espécie de referência e liderança local, ser a tal, etc.

Mas, chamá-la de burra é burrice! Ela sabe que é gostosa, tornou-se um mito porque soube usar seus atributos físicos nas horas certas para conquistar alguém, seja aluno ou professor. Ela é que escolheu com quem queria ficar, ou simplesmente fazer mais um fã. Não há mal nisso: ser bonita, sexy e inteligente, assim como não há problema algum em não possuir algum atributo além da inteligência, ou da bondade, por exemplo! Já pensou em espontaneidade? E, por acaso, na generosidade, no companheirismo, na compaixão, tantos outros atributos muito mais importantes do que uma mera embalagem, embora linda, continuará sendo descartada após usada!

Use suas armas, tenho convicção de que você as possui e que são muitas e especiais. Aliás, eu já lhe falei que você é especial para mim?

Abraços fraternos

Seja você mesma!