FAZ DE CONTA E EU CONTO
Olhando o relógio enquanto o tempo passa
Na mesma praça que brincavam juntos
No tempo em que tudo era tão abstrato...
O perfume das rosas despertava a consciência
E entre tantas coisas encalhadas, ali...
Uma brincadeira de roda, um brinquedo
E o tempo passado confundido ao vôo da pipa
Uma menina a correr pelo verde da grama
Sorrindo, de boca aberta a mastigar o vento
Atrás um menino parado querendo encontrar seus olhos
E no faz de conta da vida, a vida corria, corria longe...
Os dois crescidos sentados no banco da praça
Convencidos pelo mesmo tempo de tempos atrás...
Os dois flertados pelo coração de doces lembranças
Em beijos adocicados de algodão doce colorido
Em beijos salgados de pipoca feita na hora.
Faz de conta, eu conto um conto acontecido
De corações agradecidos pelo tempo bom demais
Faz de conta e nossa história de faz de conta
Que é tão parecida com as histórias que escutávamos
Há tempos atrás, há quantos tempos atrás?
O tempo do relógio que não marca o tempo da memória
Os dias felizes multiplicados pelos fatos acontecidos
Tecemos juntos o tecido da complacência
Entre tantos beijos, afagos, promessas...
Somos o tempo, a memória, os acontecimentos
Que costuram para sempre esse imenso retalho
De fatos vividos que compõem a nossa história...