**** Escrito nas Estrelas *parte quatro ****

O céu havia ficado ainda mais escuro e ameaçava chuva, trancaram o prédio, Soraia teve de entregar a chave na casa da bibliotecária, que ficava a poucos metros da praça, faltando pouco para chegarem de volta, o céu caiu, a chuva caia em torrentes, correram ao toldo da farmácia, o comércio todo jé estava fechado faziam horas, de nada adiantou o toldo, ventava muito e já estavam muito molhados, ela olhou para seus dedos envolvidos e afagados delicadamente, levantou os olhos e se deparou com aquele par de olhos mais lindos do mundo, esperando uma reação sua, sorriu e soltou um breve suspiro de satisfação seguido de uma risada de sinos.

- É pelo jeito isso não vai passar tão cedo...

- É e agora?

Soraia procurou em sua bolsa e achou um guarda-chuva meio amassado rosa, ambos foram se espremendo e caminhando até o ponto de ônibus debaixo dele, o vento piorava e o guarda-chuva só tinha um única finalidade: uni-los, se apertavam um contra o outro numa vã tentativa de proteção, ele tinha a mão em sua cintura e por mais molhados ainda sorriam e corriam juntos, o ônibus havia acabado de sair, os bancos do ponto estavam molhados e a cobertura tinha resultado comparável ás proteções anteriores.

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O guarda-chuva pendia ali esquecido na mão pequena de Soraia, enquanto Caio a tomou pela cintura, afastou seu cabelo molhado de seu rosto e a beijou.

Ela sentiu a intenção do beijo pouco antes, tentou se soltar, mas ele a envolvia de tal maneira que sua vontade não foi bastante.

A água banhava aqueles dois corpos molhados e quentes, entrelaçados no meio do vendaval, da vida.

Ele encostou a testa na dela e a encarou naqueles dois olhos reluzentes e castanhos, poderia se jogar dentro deles e viver sua vida toda junto daquele coração que batia tão forte que podia sentir sob suas mãos, assim que o ônibus parou no ponto levantando um pouco de água, foram com os dedos entrelaçados, sentados lado a lado, dois sorrisos no fundo do ônibus.

Depois de meia hora de viagem chegaram ao destino, a chuva caia fina, correram cada um por sua porteira.

Ele acenou e ela soprou-lhe um beijo que chegou a ele com a rapidez de uma flecha do amor e a doçura de mil anjos cantando no céu.

Thaina Chamelet
Enviado por Thaina Chamelet em 16/10/2009
Reeditado em 17/01/2010
Código do texto: T1870608
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