Eduard Frank, o garoto ideal!

Feira de Ciências, quem é que cria esse negócio?

Com certeza são as empresas exploratórias, querendo testar o potencial da geração de um lugar para saber se um de nós se destaca e não vira rato de laboratório como os demais.

- Tá bom! – mais uma das minhas teorias que sempre olham com cara feia, viram os olhos ou pedem silêncio quando eu falo, mas essa eu confesso que é por raiva dessa professora de Biologia, D. Herculana que só porque planta alguns feijões ou faz explodir um vulcão com bicarbonato acha que é cientista e menospreza os outros.

Sempre dá trela para aquela certinha da Alice, que de certinha não tem nada a não serem os planos que faz para ganhar reputação e principalmente a atenção do Gregory.

Ah! Como queria lhe mostrar a verdade. Ah! Se ele fosse perfeito!

É isso! Com esse trabalho idiota de feira de ciências vou criar o garoto perfeito.

O Gregory pode ficar com Alice para construírem juntos o “país dos canalhinhas”, quem precisa daquelas marcas no joelho de quando ele anda de skate, e daquelas sardas abaixo dos olhos verdes, do seu perfume doce e sereno, de quando ele encolhe os lábios por sentir-se constrangido, das mãos indo à cintura junto com um largo sorriso quando acha algo muito engraçado.

Eu não preciso!

O meu será muito mais descolado, se chamará Eduard Frank e não terá nenhuma imperfeição, será ideal, a própria beleza a adivinhar meus pensamentos, realizar meus desejos, ser um herói sob a capa de um bom garoto.

Peraí! – sem briga nem reconciliação, sem brincadeirinhas para rir sem sentido, sem gestos que me façam dar-lhe uns tapinhas e principalmente, salvando várias donzelas em perigo.

Não! - essa perfeição toda é tão imperfeita!

Ahan! – mas o que é isso?

Tá bom, eu estava dormindo e a D. Herculana me acordou desse pesadelo, pelo menos para isso ela prestou hoje.

Pensando bem, acho que eu preciso das covinhas do Gregory, mas só das covinhas, se não fosse isso eu partia pra outra e um pouco de concorrência, nunca fez mal a ninguém. A Alice que se vire quando eu ganhar esse gato e vá arranjar algum ser mitológico com menos de três pernas no “país das coitadinhas”, porque o Gregory é meu, ou será!

Nossa! – é isso!

Meu projeto de ciências será uma máquina do tempo, vocês sabem, para checar o que está totalmente ganho.

Fazer o quê? – sou só uma gênia desafiando o tempo e o amor.