Na sua pele. Cap. 4

Capítulo 4. – O que é eterno, dura para sempre! Será?

POV Annabelle

A entrevista foi como eu devia ter esperado. Umas perguntas básicas sobre a minha vida. Eu quase ofereci um potinho para o garoto, do 1°A, Gustavo, para não deixar a baba dele escorrer pelo chão. Porque depois de alguns segundos a baba dele, poderia encher uma caixa d’água. HAUISHAUISH. Eu sempre soube que era bonita. Mas nunca achei que só por causa disso eu viraria a GAROTA super pop do colégio, no primeiro dia de ir para lá. Gustavo até que era bonitinho, mas, eu hesitei as cantadas toscas que ele fez depois da entrevista, e me apressei para sair de lá. Além disso onde estava Débora? Depois de jogar a coca-cola na blusa da garota irritante, Débs tinha desaparecido completamente. O intervalo da escola era longo, durava aproximadamente 30 minutos. 10 se foram com a Débs, mais 10 para a entrevista tosca e depois que saí de lá, a escola inteira foi falar comigo, ou quase isso. Eram várias garotas de outros anos, algumas até começaram a me seguir, perguntando que xampu eu usava, se eu estava ficando com alguém, etc. UM verdadeiro grude!

Fiquei tentando me esquivar até o sinal bater, e eu retornar para a sala de aula. Eu poderia jurar que metade do colégio já me conhecia, e não havia um indivíduo que me chamasse de Annabelle. A onda do apelido, para o meu alívio, tinha pegado. Era só Belle.

Finalmente consegui chegar até a sala, e sorri ao encontrar Débora, lá. Ela me olhava com os olhos arregalados como se sentisse medo de mim. Foi engraçado. Sentei-me perto dela, os outros alunos me olhando, enquanto a professora emergia pela sala de aula, com algum assunto a ser debatido.

Como era esperta, e já estava adiantada no colégio, não dei muita bola para o que ela falava e passei um papel para Débs.

“Onde você estava?

B.”

Ela me olhou como se eu fosse um alienígena, depois que eu depositei o bilhete na carteira dela, em seguida leu e me respondeu.

“Como assim onde eu estava?

A Bridget não acabou com você?

D.”

“É, você desapareceu.

Não, a ruivinha não fez nada depois da coca na blusa dela.

Ela está nos olhando, parece que com raiva de mim.

Bem feito para ela.

B.”

“VOCÊ É LOUCA, garota.

Arruma confusão no primeiro dia de aula.

D.”

“Não esquenta com isso, Débs.

Eu já resolvi.

Ainda não me disse onde estava.

B.”

“Na biblioteca, me escondendo.

D.”

“Se escondendo de que?

B.”

“Das garotas assassinas que supostamente perseguiriam você.

E À MIM TAMBÉM.

D.”

“Quanto à isso não precisa se preocupar.

Elas não vão fazer nada.

B.”

“E você, o que fez depois que fui embora?

D.”

“Fiz uma breve entrevista com um tal de Gustavo do 1°A.

B.”

“AH, Belle, não se meta com ele.

Não que eu saiba de alguma coisa.

Mas ele é galinha.

D.”

“Não esquenta, o que eu menos quero...

É um babão na minha cola.

B.”

“>BABÃO<?

Ele até que é bonitinho.

D.”

“É que eu quase ofereci uma tigelinha para a baba dele.

Hoje na entrevista.

B.”

“AH! É claro, ficou encantado com você.

E o que fez depois?

D.”

“Fugi desses alunos loucos daqui, quase todo mundo veio falar comigo.

B.”

“É MESMO???E...E...Não veio um...Daniel...Falar com você, né?

D.”

“Daniel?! Não que eu me lembre, porque???

B.”

“NÃO, por nada, nada.

D.”

“Hmm...Mas e aí Débora, você vem na minha casa?

B.”

“Eu preciso perguntar para minha mãe.

D.”

“ÓTIMO. Será que dá até amanhã à tarde?

B.”

“Não sei. Vou tentar.

D.”

“Ok. Você é minha BFF sabia?

B.”

“Ainda não consigo acreditar.

A gente se conhece a horas!

D.”

“De qualquer jeito, será eterno.

B.”

“Eu já disse que você é louca, Belle?

Você também é a minha melhor amiga.

É a única que eu tive.

D.”

“Obrigada, Débs.

B.”

**~~**

POV Débora

Quando saímos da classe, naquele dia, Foi um tumulto. Todos estavam interessados em Belle. Eu nunca havia visto algo parecido. Mas ela realmente queria que EU fosse sua amiga!!! Eu uma garota simples, tosca, e FEIA. Perto dela, eu me sentia como...um corvinho ao lado de uma águia. Mas eu gostava dela, não só porque era linda (eu realmente amava ficar perto de pessoas bonitas, apesar de >óbvio< não ser uma)...Mas porque ela era extrovertida, e completamente simpática.

Mas, quando saímos do colégio não era em Annabelle que eu pensava.

Era nele.

Eu queria ver o Dani, mais uma vez antes de ir embora. E não me importei de deixar isso claro. Eu necessitava vê-lo. Ele era tão perfeito!

O dia havia acabado e havia um aglomerado de alunos na saída do colégio, inclusive eu e Belle. Ela falando de um monte de coisas de moda, famosos, crepúsculo, sei lá, tanta coisa. Eu só assentia. O carro dela chegava dali quinze minutos. Eu iria embora quando quisesse. Provavelmente após vê-lo.

Finalmente ele saiu do colégio. Acompanhado com os três amigos, Guilherme, Leonardo e Felipe. Eu estava bem encostada com a saída, e quando ele passou a blusa azul marinho que ele vestia encostou levemente no meu cotovelo. O que foi capaz de me fazer delirar completamente.

Ele e os outros atravessaram a rua, ficando paralelos à mim e Belle. Esta que estava cercada de garotas perto que entravam na conversa entre eu e ela. As garotas pareciam até ser simpáticas comigo, só porque eu estava com ELA. Ela realmente estava grudada em mim, conversando com todos e comigo ao mesmo tempo.

Mas eu estava alucinada demais para não prestar atenção em outra coisa, a não ser nele do outro lado da rua.

Por um momento achei que fosse alucinação, mas ele olhou para mim.

Eu vi aqueles olhos castanhos que eu tanto conhecia se desviarem por mim, em uma fração de segundo.

Meu corpo tremeu todinho, agarrei o meu fichário, temendo que ele desabasse de minhas mãos tremulas.

Depois de alguns segundos, não era só Dani que olhava. Eram todos os outros amigos também. Guilherme, o loiro de olhos azuis, metido. Leonardo, o moreno baixinho que eu não gostava. E Felipe, o arrogante garoto dos olhos verdes e cabelo amarelo. E é claro, ele, perfeito como sempre, ao lado daqueles idiotas.

Aqueles idiotas, que olhavam para mim. Eu também não conseguia parar de olhar para eles. Guilherme ou Leonardo, não reparei em quem, até apontou. Ele estava ao lado de Dani, que deu um sorrisinho torto que me fez ficar com vontade de desmaiar. ELES OLHARAM PARA MIM,

E O DANI SORRIU PARA MIM!!!!!!!!!!!!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

Mas como tudo que é bom acaba, um ônibus gigante parou bem na frente deles, interrompendo toda a minha satisfação.

E a voz delicada e maravilhosa de Annabelle, tirou-me de meus devaneios.

-Déboraa???? – Chamou ela. Pela quarta vez.

-Oi.

-Achei que você tinha morrido.

-Foi mal.

-Eu tenho que ir.

-Já?

-Sim, querida. Nos vemos amanhã. O Rubens, meu motorista está esperando. Não esquece de pedir para sua mãe, ver se você pode ir a minha casa.

-Tu-tudo bem. –Gaguejei.

Ela sorriu, maravilhosamente, e trocamos um beijo na bochecha.

De repente ela atravessou a rua, e entrou na Mercedes preta, dando tchauzinho para mim.

Depois que ela foi conclui que era hora de eu ir também, então comecei a andar pela calçada, alucinada com a idéia de Dani ter olhado para mim.

...

Lívia Rodrigues Black
Enviado por Lívia Rodrigues Black em 05/07/2010
Reeditado em 22/07/2011
Código do texto: T2360235
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