Edward Drake e as Ruinas do Sol - 4°Cap - Venham me Enfrentar: A Luta.

- CAPÍTULO QUATRO–

Venham me enfrentar

(parte 2)

A rua estava escura, os postes de luz completamente apagados, as casas todas sem nenhuma fresta de luz como se todos dormissem. A única luz que evitava a escuridão total era a iluminação lunar, que brilhava nos asfaltos molhados pelo sereno.

Edward, ignorando o frio e a escuridão, procurou os coroteniano, os achou mais à frente, ainda correndo atrás de sua vizinha como se divertissem com aquela perseguição.

Ele precisava chamar a atenção deles, para si próprio, só assim conseguiria arranjar uma brecha para sua vizinha fugir. Seu coração começou a bater rápido, mas apertou firme a chave de fenda, respirou fundo e berrou:

- Seus corotenianos malditos, venham me enfrentar.

Os corotenianos viraram imediatamente na direção de Edward, estavam rindo, um riso sarcástico e maligno, falaram entre si com ruídos, o mais gordo riu alto, fazendo os pelos da nuca de Edward levantar.

Edward ficou esperando seus oponentes, mas só o mais gordo avançou na direção dele em passos pesados, o outro, simplesmente, parou para observar.

Edward preocupado com sua vizinha. Procurou-a enquanto o coroteniano ainda avançava em sua direção, achou-a caída na calçada não muito longe dos coroteniano. Ela olhava diretamente para ele com seus olhos azuis em lágrimas, Edward fez um sinal para ela ir embora, mas ela negou com a cabeça e fez um sinal para Edward olhar para o lado, Edward virou-se rápido uma estranha rede vinha em sua direção, por instinto, jogou-se para o lado, sentiu a rede roçar em sua perna um pequeno choque espalhou no seu corpo, as redes eram eletrificadas.

Edward observou que o coroteniano fez uma cara de surpresa e riu mais sadicamente. Edward recou uns passos para trás, estava com medo, mas não ia desistir, segurou firme a chave de fenda e encarou seu oponente.

O coroteniano de perto era muito mais assustador que Edward imaginava, era enorme de altura e largura, tinha olhos frios e cinzas, um deles com uma grande cicatriz. E ria sadicamente com dentes amarelos destacando na sua boca.

Edward olhou de relance para sua vizinha, continuava caída com os olhos cheios de lágrimas, Edward sentiu a raiva tomando conta dele e avançou para cima do ser de dois metros.

O coroteniano jogou seu braço na direção do rosto de Edward que se abaixou e desferiu um golpe na costela do coroteniano. Edward sentiu como se tivesse batido em algo de metal, o impacto da chave de fenda transferiu para a mão de Edward, fazendo-a arder, mas pelo jeito o golpe também fez estrago no coroteniano que recuou uns passos para trás com a mão na costela.

Edward pôde ver que a expressão do coroteniano passou para raiva, ele falou alguma coisa nos estranhos ruídos e começou a pegar alguma coisa no bolso de trás da sua calça.

Edward presumiu que ele pegava uma arma, por isso ficou preparado para qualquer coisa, mas quando o coroteniano tirou a mão do bolso, não estava segurando nada, na verdade, sua mão parecia segurar algo, mas não via nada na sua mão.

O coroteniano avançou para cima de Edward com um movimento em horizontal, Edward deu um pulo para trás, um desvio fácil, pensou, mas sentiu algo cortar a barriga, recou vários passos para trás.

Edward colocou a mão na barriga, não tinha dúvida fora cortado por alguma lâmina. Olhou para o coroteniano que ria ainda mais sarcasticamente, Edward assustado percebeu que havia sangue parado no ar logo acima da mão do coroteniano, era como se o coroteniano estivesse segurando uma espada invisível com sangue na ponta. Droga pensou Edward, ele tem uma espada invisível.

O coroteniano limpou o sangue da lâmina invisível na roupa, olhou para Edward e falou algo em ruídos, enquanto ria sadicamente, Edward não precisava ser um gênio para saber que aquilo era um tipo de provocação.

Edward empunhou a chave de fenda na sua frente como se fosse uma espada, suava frio, o coroteniano por sua vez ria cada vez mais, começou a avançar para cima de Edward enquanto brincava com sua espada invisível.

O coroteniano chegou a uma distância suficiente de Edward e investiu com um ataque horizontal, Edward recuou, mas novamente sentiu a lâmina raspar na sua barriga, não tinha como desviar completamente de algo que não vê. O coroteniano foi se divertindo em encurralar Edward, desferia golpes na horizontal, vertical e diagonal, Edward continuava a evitar um corte profundo, mas os vários arranhões já começavam a se destacar em seu corpo.

Edward recuou com um pulo para uma distância segura do coroteniano. Precisava tirar aquela arma da mão do seu oponente, era o único jeito de derrotar aquele extraterrestre. Então, empunhou novamente a chave de fenda à frente do seu corpo e esperou a aproximação do oponente. O coroteniano se aproximava murmurando ruídos estranhos enquanto ria sadicamente.

Tinha que esperar o momento certo para atacar, esperou o coroteniano que se aproximava com o sorriso no rosto, Edward continuou esperando, o coroteniano puxou o braço para trás. Ainda não, falava mentalmente Edward. Viu o coroteniano aproximar-se com um golpe. Mas pensou, ainda não. O golpe estava vindo na cara de Edward que continuava a se conter. O golpe estava a centímetros da cara de Edward. Agora, berrou para si mesmo, puxou a chave de fenda com toda sua força diretamente na mão do coroteniano.

O coroteniano deu um berro de dor e recuou, segurava sua mão que parecia estar quebrada, Edward tinha conseguido desarmar seu oponente.

O coroteniano berrava em ruídos estranhos, fez menção de se abaixar, ia pegar a arma de volta, Edward decidido a não deixar seu oponente se recuperar aproveitou a chance e desferiu um golpe forte no nariz do coroteniano.

Sentiu novamente o contato da arma com a dura pele do coroteniano, sua mão ardia segurando o cabo de ferro da chave de fenda, mas seu oponente agora jazia no chão, tinha derrotado um.

Edward procurou sua vizinha novamente, ela continuava caída mais a frente, os olhos azuis ainda estavam em lágrimas, mas a expressão estava menos assustada.

Edward decidido olhou desafiando o próximo coroteniano que, ao invés de estar bravo pela derrota do seu companheiro, sorria, o riso mais sádico que Edward já vira, alguma coisa em Edward dizia que aquele era muito mais perigoso.

Enfrentou seu medo e caminhou com passos decididos em direção ao próximo oponente. O coroteniano vendo que Edward vinha desafiá-lo começou a estralar seus grandes dedos, se preparando para luta, ao melhor estilo filme de ação.

Para surpresa de Edward, o outro coroteniano adotou uma postura de luta como se fosse lutar com as mãos vazias, mas Edward sabia que cada punho daquele ser era mais eficiente que cada golpe com sua chave de fenda.

Posicionou-se de novo como se a chave de fenda fosse uma espada e avançou para cima do seu oponente, Edward deu um golpe em horizontal, surpreendentemente o coroteniano defendeu com o cotovelo e devolveu um soco direto no nariz de Edward, que sentiu os calcanhares saindo do chão e as costas caindo dolorosamente no asfalto frio da noite. O sangue quente escorria pelo seu nariz, sua visão começou a desfocar, aquele tinha sido o soco mais forte que tinha levado. Aquele coroteniano era muito mais forte do que o outro, um grito de cuidado o acordou bem a tempo em que um chute vinha na direção do seu rosto, rolou para ao lado evitando o chute, levantou-se rápido ainda cambaleando por causa da dor e voltou para guarda defensiva com a chave de fenda a sua frente.

Edward balançou a cabeça para espantar a visão que se ofuscava, se perdesse ali, ele e sua vizinha estariam em apuros, não podia perder. Não ia perder.

- Venha vou derrotá-lo.

O coroteniano riu ainda mais alto, e falou algo em ruídos. Edward continuou focado no seu oponente, o coroteniano avançou com um soco de esquerda, Edward escapou para o lado e contra-atacou com um golpe em diagonal o coroteniano deu um pulo para trás e voltou com uma joelhada, Edward defendeu com seu braço esquerdo. O impacto foi mais forte que pensara, teve que forçar o corpo para não cair de costas, não ia perder, deu um golpe forte em horizontal na direção do rosto do coroteniano.

O coroteniano impressionantemente defendeu o golpe com a mão e segurou à chave de fenda, Edward não teve escolha soltou a chave de fenda para escapar de uma cotovelada que vinha na direção do seu nariz já machucado.

As coisas estavam complicadas estava desarmado, não conseguia mexer seu braço esquerdo, obviamente quebrado e a dor no nariz causava constante ofuscamento na visão de Edward.

Edward desesperado colocou a mão no bolso e puxou o isqueiro, se ele realmente tivesse algum tipo de poder especial era a melhor hora para usá-lo.

Tentou inutilmente sentir alguma coisa, apertava o isqueiro com toda força que tinha, mais nada, enquanto isso, o coroteniano avançava com as mãos no bolso, dava alguns chutes que Edward desviava e recuava tentando se concentrar no isqueiro, o coroteniano obviamente estava se divertindo.

Edward continuava apertando o isqueiro atrás de alguma pista de seu poder especial, enquanto o coroteniano ainda distribuía chutes na direção de Edward, que se esquivava.

De repente, Edward começou a sentir um aperto no estômago, seguido pelo aumento de temperatura e formigamento nos olhos, riu estava conseguindo, estava sentindo o isqueiro como se fosse parte do seu corpo, mas um chute do coroteniano o acertou na perna direita, a dor foi tremenda, não aquentou e caiu no chão, perdendo toda a sensação especial.

Edward tentou se levantar rápido antes que o coroteniano o ataca-se, mas sua perna direita não o aguentou e voltou a cair no chão, sua perna direita devia ter quebrado.

O coroteniano obviamente percebendo que Edward não ia se levantar mais, começou a pegar algo no bolso da calça. Ele ia pegar a espada invisível pensou Edward.

Desesperado, tentou forçar ainda mais seus pensamentos no isqueiro e nada, nenhum aperto no estômago ou formigamento nos olhos, só conseguia sentir a dor que passava pelo corpo inteiro.

Enquanto isso, o coroteniano já parecia estar empunhando sua espada invisível, ria sadicamente. O coroteniano levantou o braço obviamente ia demorar a execução de Edward de propósito para se divertir.

Edward, com raiva de suas tentativas inúteis de sentir o isqueiro, deu um soco no chão, sentiu um corpo ao seu lado, o outro coroteniano estava logo ao seu lado, quer dizer que a outra espada invisível também, era sua salvação.

Edward começou a tatear o chão atrás da espada, mas não conseguia sentir nada, e o coroteniano já se preparava para dar o golpe, Edward continuou procurando no chão, o golpe já estava descendo, Edward sentiu algo cortar sua mão, o golpe estava cada vez mais perto, Edward segurou com força o que cortou sua mão e enfiou na barriga do coroteniano.

Um sangue azul surgiu da barriga do coroteniano, mas o coroteniano não desistiu, com uma expressão de raiva e dor no rosto armou novamente o golpe, Edward enfincou mais forte a espada invisível na barriga do seu oponente, mas não conseguiu impedir o coroteniano que desferiu o golpe, de repente ouviu um baque forte e o coroteniano caiu ao seu lado.

Edward olhou assustado para frente e lá estava sua vizinha em pé assoprando a mão com a chave de fenda caída ao seu lado, ela o tinha salvado.

Sua vizinha ajoelhou do seu lado.

- Você está bem? – perguntou com uma expressão preocupada em seu rosto.

- Ah, estou – disse Edward forçando o sorriso, estava quase desmaiando de dor. – Você precisa ir embora, aqui é muito perigoso.

- Não, vamos junto te ajudo a chegar à sua casa.

- Vá embora rápido, eu consigo ir sozinho.

Olhos dela encheram de lágrimas.

- Você está todo machucado, precisa de ajuda.

Edward olhou diretamente para ela decido.

- Provavelmente amigos dos coroteniano vão chegar aqui daqui a pouco se você não for embora rápido agora meu esforço terá sido em vão.

Edward disso aquilo com a voz decidida que a sua vizinha pareceu obedecer, ela se levantou chorava, mas conservava uma expressão brava no rosto. Virou as costas e correu embora.

Edward triste por ter agido daquela maneira, a olhou ir embora, pelo menos conseguiu salvá-la. Levantou-se com dificuldade e foi mancando em um pé na direção de sua casa.

A caminho, a dor em seu braço e na perna quebrada foi se intensificando, mas estava quase chegando, continuou a mancar decidido para sua casa. A dor no nariz começou a ofuscar completamente sua visão, mas já podia sentir a parede de fora da sua casa na mão.

Abriu o portãozinho, ia conseguir, com muito esforço se apoiou na parede para pegar a chave. Colocou a mão no bolso, mas não achou a chave, tinha esquecido dentro de sua casa, seu corpo parou de responder, caiu no chão.

Edward estava quase desmaiando, forçava sua mente para resistir, mas o esforço estava sendo em vão. Com sua visão toda desfocada viu uma figura enorme, olhando para ele, ela estava como um sorriso maligno no rosto e uma rede estranha na mão. Um leve choque e tudo ficou preto.

Augusto Ferreira
Enviado por Augusto Ferreira em 28/02/2011
Código do texto: T2820287
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