Bad Romance [Parte 17]

Parte 17 - O Sorriso de um predador

— Você vai ter que bater em mim primeiro!

Então ele a defende! Eu quis quebrar a cara dele, mas resolvi fingir.

— Fique com ela então. — falei rigidamente.

Dei-lhe as costas e saí.

Três passos depois...

Meu Deus o que estou fazendo? Ela estava ali e eu recuei? Eu nunca recuo, vamos lá Liza Freeman, vamos menina, ele não vai te impedir.

Na verdade ele impediria sim e ele tem mais força do que eu. Droga.

Sete passos depois:

Liza não olhe para trás, não olhe, não olhe!

— Ela é louca assim mesmo amor? — disse a boneca de milho.

No nono passo eu parei.

Muita gente me encarava, olhei para trás:

Ela estava agarrada em Zac, DEUS COMO ISSO É CRUEL! Não tem a menor possibilidade de eu não bater nela.

Liza Freeman você não é barraqueira. CALA A BOCA PENSAMENTO, eu sou o que eu quiser.

Meu Deus, já estou brigando com minha cabeça, isso é loucura.

— Louca? Você me chamou de louca?

Um, dois, três!

Retornei à cena do crime.

— Já tá na hora de acabar com esse showzinho Liza. — disse Zac.

SHOWZINHO?

Ele vai ver o showzinho virar megashow.

Sapato à mão, o joguei na cara de Zac que se ajoelhou, pois o salto agulha arranhou seu olho esquerdo.

A boneca de milho ficou sem abrigo e tentou correr.

Tirei o outro sapato e o deixei ali, concentrei o máximo de força possível nas minhas pernas e esperei a boneca de milho estar a três metros longe de mim.

Qual seria a graça de não correr atrás dela?

Corri como um gazela, há sonhos em que conseguimos voar, há sonhos em que parecemos animais e há sonhos em que conseguimos correr como ninguém.

Eu senti as três coisas nesse momento de corrida:

Eu senti como se estivesse voando por um bem maior, senti como se eu fosse uma onça correndo atrás de sua vítima para dar o bote e senti como se meus pés fossem mais rápidos que os do flash.

Quando eu estava próxima o bastante, peguei impulso e dei um salto espetacular, cai em cima dela e a derrubei.

— LOUCA EU?

A força agora estava concentrada em minhas mãos, enquanto a imobilizei pelo cabelo com uma, a outra a estapeava sem parar.

PÁH, PÁH, PÁH!

Chute aqui, tapa ali, puxão de cabelo acolá, alguém me segurou, me tiraram de cima dela, mas ainda consegui dar-lhe um último chute que atingiu sua barriga.

— Ainda acha que sou louca? — berrei.

Olhei em volta e percebi a besteira que fiz, mas enfim não me importei, podia ser besteira para quem via, mas para minha pessoa era mais que a realização de um sonho.

EU ESPANQUEI A SARA!

Em minha face, enquanto alguns homens tentavam me acalmar, pude sentir a minha expressão, o sorriso de um predador.

Que bom que não havia policiais pela praia, não tão perto. Amém.

Uma mão amiga me segurou com delicadeza afastando todos os outros caras que me seguravam brutalmente.

— Eu assumo daqui. — disse ele.

Quinze minutos depois...

Estávamos sentados no quiosque, ele me deu água e continuou me distraindo, até que me senti calma, eu tinha extravasado e mandado embora um nó na garganta que estava preso a muito tempo.

Eu bati nela!

— Você podia ter sido presa. — disse-me.

— Não me importo, hoje realizei um sonho e perdi pra sempre o primeiro que amei na minha.

— Foi uma atitude incrível, sou Matthew. Modelo, vim passar férias aqui e percebi que você estava fotografando, então eu deduzi que você também é modelo.

— Iniciante. Estou vendo as possibilidades de fechar contrato com a Mugler.

— Bom... Então eu acho que nós ainda nos veremos muito.

— Você é legal.

Essa foi a minha deixa para ir embora, agradeci e fui embora para casa, limpar o meu corpo, tirar toda a sujeira que devo ter pego com aquela boneca de milho.

AI MEU DEUS, EU BATI NA SARA!

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 15/10/2011
Reeditado em 19/10/2011
Código do texto: T3277718
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