Histórias do Vovô.

Sentei no velho banco

na casa do vovozinho;

ouvindo as estórias

do tempo dele menininho.

Contava suas travessuras,

artimanhas e brincadeiras,

das pescas com os amigos

lá no córrego com peneiras.

Não existia inveja, nem tinha brigas,

era tudo alegria,

o pescado do dia todo

a tardezinha se repartia.

O futebol na escola,

com bolinha de meia,

casamento no escuro,

"não quero essa que é feia".

Jogo de peteca, zarabatana,

bola-de-gude, pega-pega.

A canoa do coqueiro

pra brincar de "escorrega".

Domingo á tardinha,

jogo de betes não podia faltar.

Se um vizinho não fosse,

o caçula corria chamar.

O preferido do vovô,

juntou lágrimas ao falar;

era aquele brinquedinho

de uma lata na outra amarrar.

Sair na vizinhança,

a passarada espantar

com o barulho das latas;

ele correndo a puxar.

Pobre vovô ali chorava,

também eu, comecei a chorar.

Queria! Ah! Como eu queria,

desse jeito poder brincar.

Mas hoje não conseguimos

ver as crianças unidas,

onde tem dois ou três

já começa a sair brigas.

É assim que vai ser,

só tende a piorar!

Quero mais não vou ver,

essas crianças, igual ao vovô brincar.