A la Esopo V: A raposa, a cutia, e toda uma bicharada da mata

Na fazenda, havia uma bicharada danada. Porém, a Dra. Raposa era a manda-chuva. Ela morava na parte maior daquele pátio enorme. Estava feliz, pois os seus planos iam de vento em popa. Ali nada saia do seu controle. Como a paxá do lugar, quem não a obedecesse, era morta sem dó nem piedade. Ela lhe dava o ultimato na cara de pau. Ou obedecia, ou o seus capangas cortavam-lhe a cabeça.

Assim era. Inclusive, a dna. Cutia já estava de sobreaviso há tempos. A Dra. Raposa fora no muquifo da dna. Cutia e jogara na lata: _ Olha, sua rapariga, já que você não quer me passar a parte do terreno que me cabe por direito, então cuidado pra não aparecer comida pelas formigas. Se dna. Cutia não quisesse o pior pra ela e sua família, tinha que ceder a Doutora Raposa. Tinha que passar pra aquela gananciosa a melhor parte do seu lote. Mas, dna. Cutia ia ficando. E a pendega continuava.

Então, a Dra. Raposa resolvera agir drasticamente. Chamara os seus capangas e as ordens era botar pra correr aquela ordinária cutia dos infernos. Dna. Cutia, pro seu lado, também estava preparando a recepção dos capangas. A seu modo, coitada, armara uma armadilha. Construíra, ligeirinho, um buraco por todo o quadrado onde residia, cobrindo-o com folhas. A Raposa, perspicaz como ela só, montara sua melhor estratégia. Os seus homens incendiariam a fazenda e diria a todos os bichos daquela redondeza que fora a dna. Cutia. Os quatis, as pacas, as capivaras etc. ficaram pra não viver de ódio da cutia ao ver tudo tomado pelo fogo.

Daí, Dna. Cutia fora exterminada por seus próprios irmãos de fé e força. A Dra. Raposa havia ganho mais uma parada. Ganhara até mais do que previra. Todo o terreno da dna. Cutia ficara em suas mãos. E ainda, estava livre daquele trambolho.

Moral da estória: quem não pode com o pote, não põe a rodilha.

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 10/09/2013
Reeditado em 10/09/2013
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