Utopia - Final

Apenas levantou e foi em direção a ela. Aproximou-se, fez sinal para que ela levantasse também. Ele a encarava, sem expressão alguma, e isso a assustava. Levantou-se com relutância e com medo. E num gesto rápido ele a surpreendeu.

- Querido não faça isso! – clamou ela. – Pare, por favor!

- Esta tudo bem querida, Não tem ninguém vendo, pegue a câmera logo. – disse subindo no torço do cavalo da estatua de um cavaleiro. – Sempre quis fazer isso! – falou para ela sorrindo.

Ela não acreditava que ele realmente estava fazendo isso. Tirou a foto. Enquanto ele se atrapalhava para descer, ela relembrou o que aconteceu naquele jantar. Ela havia dado a noticia, e esperava a reação dele. Ele não disse nada, apenas a encarou e foi em direção a ela pedindo para levantar também. Ela estava temerosa com o que poderia acontecer, mas por fim quando ele enfim se mexeu foi para abraça-la e dar um beijo em seu rosto. Para ela foi algo inesperado. Achou que ia ficar bravo, mas ele foi compreensível.

- Querido? – perguntou confusa depois do abraço.

- Esta tudo bem. Não que se tivéssemos o filho agora seria ruim, mas agora fica melhor para planejar. Chega de brigas agora, estamos passando por um momento tão feliz que não precisamos estraga-lo.

Para ela foi incrível a compreensão dele. Agora entendera porque casará com ele. Naquela noite eles se preparam e foram até o aeroporto pegar um avião para sua viagem. Agora estavam em uma cidadezinha incrível no interior do Espirito Santo.

Durante a viagem eles se divertiram muito. E acenderam a antiga chama do amor que quase se apagou entre eles. Seria inesquecível ela tinha certeza.

- Deixa-me ver a foto. – então ela saiu dos devaneios com o pedido dele.

- Ficou boa até. Ainda não acredito que você fez isso. – falou rindo dele.

- Era meu sonho – disse também rindo – Tive uma ideia, que tal irmos naquele restaurante que passamos perto ontem a noite?

- Qual? Aquele que estava cheio de gente? – disse ela relembrando – Parece ser ótimo, mas muito lotado.

- Não tem importância, passamos lá perto e fazemos um reserva.

- Pode ser. O que quer fazer agora? Tirar uma foto com outra estatua? – disse tirando sarro dele.

- Boa ideia. – brincou com ela.

- Porque tenho que dar ideia? – e deu um beijo nele.

Fizeram à reserva no restaurante, e a noite um taxi pegou eles no hotel para levar até o restaurante. Como na noite anterior, ele estava muito cheio.

- O que você vai pedir querido?

- Já que estou aqui quero provar algum prato típico. Deixa-me ver – pegou o cardápio e analisou – Acho que vou pegar moqueca de garoupa salgada com abóbora e banana da terra.

- Parece gostoso, mas vou pegar quibebe de abóbora com lombo e carne seca.

Fizeram o pedido ao garçom. E ao terminarem pediram de sobremesa cuscuz de tapioca.

- Foi um jantar maravilhoso – disse ela a ele.

- Concordo, que tal darmos uma volta pela praia? – sugeriu.

- Ótima ideia.

E caminharam pelo calçadão da praia. A lua iluminava a água do mar e o som das ondas quebrando era muito gostoso. De fato era uma viagem muito boa e eles aproveitaram bastante. Mas sempre tem a hora de voltar e no dia seguinte eles embarcariam de volta para casa.

A viagem de volta foi bem tranquila. Arrumaram as coisas e foram descansar um pouco. Como nenhum e nem o outro estavam com vontade de fazer a janta, decidiram pedir comida chinesa. Dormiram bem juntinhos um ao outro. No dia seguinte retornaram a o seus afazeres normais, mas com uma diferença tudo muito bem e sem brigas.

A mudança de cargo dele foi fácil e pegou o jeito do serviço mais rápido que imaginava. Ela começou a trabalhar como secretária em um escritório de advocacia, não queria mais ficar cuidando da casa o dia inteiro. A vida deles com o tempo foi melhorando, trocaram de casa, de carro, e assim foi tranquila. Dois anos depois da viagem uma noticia muito boa alegrou os dois e as famílias deles, ele estava grávida de seu primeiro filho. Quando ele, um lindo menininho, nasceu foi só festa. Ela largou o serviço para cuidar dele, mas não foi problema, ele subiu de cargo para de gerente, o antigo chefe dele que virou gerente havia se aposentado e fez questão para que os sócios o colocassem no lugar. Por fim a vida deles deu muito certo.

O grande sonhador teve tudo que sempre quis, alegria. Ele ansiava por isso e conseguiu.

Este é o final da jornada do nosso herói.

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Henrique Simão de Oliveira