BOLEIRO

Se o cara vai ser um mito no futebol do seu país ou do mundo, isso ninguém sabe. Mas o que importa mesmo é que a grande maioria da molecada, já nasce olhando onde é que tem uma bola para sair chutando feito louco por aí. Menino mal coloca a cabeça para fora na hora do parto, que já fica encafifado para bater uma pelada. Nem que seja para formar um time com a parteira, o médico, a enfermeira, a faxineira, a mãe e até o pai que está lá feito bobo acompanhando o parto, ou qualquer criatura que aparecer no quarto nesta hora. Até as meninas já estão tomando gosto, credo.

Não adianta negar, isso é fato. Cada vez que nasce uma criança os fabricantes de bolas e artigos futebolísticos já escancaram aquele sorriso, sabem que vem lucro por aí e tudo mais. No Brasil então, nem se fala, os brasileirinhos preferem antes uma bola que uma mamadeira. Todos possuem essa relação de amor com a pelota mais famosa do planeta. Basta olharmos pelas ruas para percebermos que os que já desgrudaram da saia da mãe, estão lá pulando feito cabrito tentando botar a bola para dentro, olha lá que é sempre em algum gol improvisado com o que estiver à disposição no momento. Estão errados? Não. Quem em sã consciência não quer driblar o zagueiro, deslocar o goleiro e sair para o abraço? Ninguém mandou inventarem esse negócio de futebol. E o melhor mesmo é o travessão imaginário, passou sobre a cabeça do goleiro já era. É golaço! A regra nem sempre é clara, mas funciona assim mesmo, alguém tem que concordar, para a bola rolar e a emoção continuar.

Jota Nascimento
Enviado por Jota Nascimento em 19/05/2014
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