Um barzinho que não existe mais

Sol e mesas amarelas, um punk com a chave da vida na cintura encostado na parede, chega o artista plástico tomando uma cerveja e tem duas tentativas frustradas de acender um cigarro pelo filtro, na terceira tentativa alguém de baixo da árvore avisa o homem solitário que o cigarro está ao contrário, ele agradece e acende o cigarro corretamente. Alguém ri, da mesa cheia de rapazes com livros grossos.

Um casal ri no do lado esquerdo, conversando com os rapazes da mesa ao lado, chegam três barbudos e unem as mesas. Alguém tem a ideia de um jogo para beber logo que o nerd chega, com o nerd vem o calouro junto com o veterano maconheiro. Começam um jogo que todos bebem. O rapaz da camisa da Brahma tira as garrafas vazias e coloca uma bebida mais forte na mesa e em menos de uma hora todos bêbados saem sorridentes para algum lugar, ou para assistir suas aulas.

Ironicamente só toca um CD mas parece aconchegante. Começa a chuva, só uma mesa é coberta na área de fumantes a moça de cabelo colorido senta ao lado da desconhecida que tinham um conhecido em comum, o rapaz da camisa da Brahma chega e começam a conversar, o amigo em comum tira uma foto. A menina do cabelo colorido lança sorrisos no ambiente e mais do que de pressa pede uma cachaça.

Ao anoitecer começa uma leve garoa, chegam quatro garotas bonitas, cumprimentam o rapaz da camisa da Brahma e pedem Sol e logo em seguida um rapaz com camisa de time e pupilas dilatadas senta-se junto com as garotas e conversam como se fossem amigos de longa data, talvez fossem. Chegou um rapaz moreno e silencioso que sentou-se junto a mesa, tomou um copo de cerveja. As meninas bonitas e os dois garotos saíram do bar.

Logo a frente tinha uma roda de rapazes, ouviam rap enquanto ali dentro tocava rock. Logo ao lado uma turma de rapazes de preto, tomando diversas bebidas na rua escutando músicas em seus celulares, indo e voltando do banheiro, pareciam conhecer todos.

Chegavam os casais que resolvem sair na sexta a noite para sair da rotina ou matar a saudade. Alguns terminavam por lá, outros começavam lá. O rapaz da camisa da Brahma conhecia e apoiava cada casal, bom, ele apoiava a freguesia e aos empregadores. Parava no portão fumar um cigarro quando batia o cansaço e dizia oi a todos que chegavam ou passavam na rua. As vezes sobrava algum vômito ou outro para limpar, mas junto ao pileques trabalhava animado.

Tinha um ator cênico com pouca sorte que trabalhava como garçom, mas ele era diferente. Em cada mesa, um pedido, em cada pedido uma conversa e em cada conversa uma boa conversa. As moças bonitas junto aos dois rapazes voltaram e pedem uma cerveja e de graça uma conversa, e como quem ama a arte alucina em qualquer conversa...

Ouvinte Pensativa
Enviado por Ouvinte Pensativa em 05/10/2014
Código do texto: T4988497
Classificação de conteúdo: seguro