Mais que a Minha Própria Vida - Capítulo 8 (PARTE 3)

Os sons da praia, o vento, as vozes e risadas das pessoas que lá estavam, o som dos passos na areia, a música, tudo, tudo desapareceu. Naquele momento só existia o silêncio e a calma. Eu me sentia tão bem e tão leve como se fosse capaz de levitar. Era como se houvéssemos somente nós dois e aquilo fosse a coisa mais importante de toda a Terra. Os nossos lábios se tocavam urgentes, desejosos, as nossas línguas se entrelaçavam com tanta facilidade, como se estivéssemos predestinados a viver aquele momento. Os nossos corpos se abraçavam, queriam estar próximos, e a minha pele, ainda que se queimasse ao contato com a dele pedia por muito mais daquilo.Toda aquela junção do seu cheiro, toque, beijo, tinha o efeito de uma droga para mim. A sua respiração quente perto da minha pele sensível me fazia arrepiar. Era difícil de acreditar. E pensar que, meses atrás, eu havia ficado radiante de felicidade apenas por descobrir o seu nome. Connor Garrel. Agora Connor Garrel era meu. Naquele dia, naqueles minutos ele era meu, e somente meu. Era eu a estar aconchegada em seus braços, e era a mim que a sua boca e seu beijo pertenciam. E isso tudo porque aquele dia em especial, quando naturalmente os olhos de todas aquelas garota voltavam-se para Brandon, os meus voltaram-se especialmente para ele. E, desde que eu o notara, eu já sabia que ele era muito melhor, que ele era muito mais especial, e que o brilho dele era grande demais para ser notado por aquelas meninas imaturas.

Deitei minha cabeça em seu peito, e ambos ficamos a observar as nuvens que iam lentamente cobrindo todo o céu. Eu estava entusiasmada, extasiada de tamanha felicidade, mas segurando tudo aquilo dentro de mim. Ele não poderia saber o quanto aquilo havia sido especial. Talvez ele não entendesse, se assustasse e fosse embora.

Eu já havia beijado uma vez, no outro colégio, quando estava no sétimo ano. Era um garoto ruivo que se sentava na minha frente e, um dia me convidou a passar o recreio com ele. Não sei bem explicar como fomos parar ali, atrás da quadra de esportes, mas foi como o meu primeiro beijo aconteceu. E foi estranho. Eu me senti como uma criança brincando de ser adulta. Com Connor era diferente, como se, finalmente, eu estivesse pronta. Era lindo e intenso e eu jamais havia me sentido daquela forma. Connor tocou-me o queixo, levantando-o de forma que pudesse ver o meu rosto e sorriu deliciosamente para mim.

_ Eu quero encontrar você mais vezes.

_ Eu também. - eu sorri, deixando-me corar pela rapidez com a qual a resposta veio. - Mas você não vai pra universidade? Quero dizer..Eu imaginei que este seria o último dia em que nos veríamos.

_ Sim, eu vou para a universidade. A 'University of London'. Eu amo Londres,não vou me mudar. De onde tirou isso?

_ AH! Não sei, eu achei que...Quer dizer, todos estavam se mudando e tal.

_ Bem, eu não. O único lugar de onde eu vou me mudar é da casa dos meus pais. Quero morar sozinho e perto da faculdade. Nunca nos demos bem, sabe? E quero começar a construir algo só meu e ser independente deles.

_ Isso é ótimo! Eu poderia ver você de n... - eu comecei dizendo, entusiasmada.- Hm..quero dizer...Que bom que você não se mudar.

Creio ter surpreendido todos os que me conheciam pela expressão radiante que eu carregava naquele dia. Connor me agarrou naquele momento e não soltou mais. A forma como ele acariciava a minha bochecha, como me beijava o pescoço, como entrelaçava as suas mãos com a minhas, eram únicas e irresistíveis. Eu amava a ideia de conhecê-lo melhor. E nos dávamos bem como se já estivéssemos juntos há anos. Como se ele sentisse o mesmo. Ah, que imaginação enorme eu tinha...Eu queria poder ler aquela sua mente enigmática a fim de saber o que ele sentia por mim.

_ Quem é aquele rapaz que trouxe você em casa hoje,Jenni?-Perguntou o meu avô.

_ Só um amigo.

_ Você parecia muito feliz com ele.

_ Dava pra peceber? - sorri.

_ Você gosta dele, não é Jenni?

_ Ah, vô... Eu mal o conheço.

_ Isso não quer dizer nada, querida. Se uma coisa lhe faz feliz lute por ela. A vida é muito bonita para passar o tempo todo enfiada naquele quarto e sendo infeliz. Ouça os conselhos de seu velho avô. Você é muito jovem para ser assim, tão pessimista.

_ Sim vovô. Eu vou tentar.

Melissa J
Enviado por Melissa J em 11/01/2015
Código do texto: T5098474
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