Mais que a Minha Própria Vida - Capítulo 26

_ E então? Você está pronta? - Connor perguntou-me. Estávamos sentados no banquinho da varanda de minha casa. Minha cabeça, cansada, estava deitada em seu ombro. Suas mãos seguravam um pacote grande e fino de extrema importância. Era a decisão de toda a minha vida. - Pare de roer suas unhas, Jennifer.

_ Eu não estou roendo! - eu disse, escondendo a minha mão em minhas costas. Ele riu daquela forma que me fazia estremecer e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

_ Pronta?

_ Nasci pronta. - sussurrei tentando esconder o meu nervosismo.

_ Ótimo. - ele sorriu com o canto da boca. - Lá vamos nós. - E pôs-se a abrir o envelope. Eu começava a ficar irritada, parecia que ele fazia tudo muito devagar. Enquanto as suas mãos puxavam aqueles papeis grampeados de dentro do pacote, as batidas de meu coração tornavam-se cada vez mais rápidas, minha respiração acelerava, minhas mãos e pés suavam como há muito não acontecia. Connor leu o papel com uma expressão neutra, olhando-me com a mesma.

_ E então? Fala, fala logo! - gritei.

_ Leia, querida. - ele virou o papel para a minha direção. Mas minha vista estava embaçada pelo nervosismo. Eu não queria ler. Queria que ele me dissesse. Empurrei o papel da minha frente e pedi novamente que ele dissesse.

_ Você conseguiu, J. Foi foi aprovada na Universidade de Liverpool. Eu não disse? Não disse que você conseguia tudo?

_ Eu...fui...aprovada? - perguntei, levantando-me de supetão e parando, perplexa, em sua frente.

_ Sim. - ele riu.

_ Eu...Não acredito. Me dá. - eu tomei o papel de suas mãos. E lá estava, escrito da cor verde, igualmente os objetivos 'completos' de minha lista. Aprovada. Estava escrito aprovada. Era mais uma conquista, a maior delas. - Eu consegui? Eu consegui! Consegui! - gritei entre gargalhadas. Connor levantou-se e me abraçou forte.

_ Parabéns, minha menina. - ele disse. Sua respiração quente sobre minha cabeça dava uma sensação tão boa que eu não queria mais sair dos seus braços. 'Minha menina'. Dele? Bem, isso já era bem óbvio. Mas fora doce a forma como ele falou. Lembrei-me derrepente do objetivo número catorze. O último da lista. A sua simples lembrança fez-me corar somente pelo fato dele me olhar nos olhos. Eu sabia que não tinha nada a ver, mas é que quando ele me olhava daquela forma era como se pudesse ler a todos os meus pensamentos. - E o que você quer fazer agora?

_ Bom, precisamos passar no meu colégio para pegar meu relatório de notas. Eu não vou na aula mais, já passei de ano e os alunos são dispensados à medida em que são aceitos nas universidades.

_ Quanto tempo mais você vai ficar aqui?

_ Quatro dias, contando hoje. Eu viajo segunda de manhã, pois as aulas já começam na terça.

_ Certo. Vamos então. Eu vou contigo pegar as notas e depois a gente faz alguma coisa.

_ Espere. Antes eu preciso fazer uma coisa.

_ O quê?

_ Contar ao vovô. - eu disse, puxando-lhe pelas mãos para que ele entrasse comigo.

Me sentia radiante. Isso me deixava, inclusive, um pouco tonta, quase que sem conseguir acreditar. Tonta de felicidade, só poderia ser. Quando você consegue uma coisa que quer muito é como se, momentaneamente, todos os seus problemas sumissem de vez e você só soubesse o que é a vitória. Eu havia visto o meu avô somente de manhã, antes de ir pro colégio, e depois almoçara na casa de Rachel. Ele prometera esperar-me para abrir o resultado.

_ Ah...! Como ele vai ficar feliz quando souber! - pensei.

_ Onde ele está?

_ Não sei? Vô? - chamei por ele, mas ninguém respondeu. - Ele deve estar no quarto.

Andei até o quarto sobressaltada. Por que é que o meu avô estaria no quarto aquela hora da tarde? Não poderia ser nada, ele estava ótimo de saúde. Certo que ele reclamara de um resfriado nos últimos dias daquelas semana, mas não era nada sério. Entramos no quarto e meu avô estava tossindo compulsivamente.

_ Vô? Vô, calma. - eu disse, sentando-me ao seu lado meio que sem saber o que fazer. O desespero já tomava conta de mim. - Eu não posso perder meu avô agora, não agora. - eu pensava - Ele é a única pessoa que eu tenho, não serei capaz de aguentar sua falta.

_ Vou pegar um copo d'água. - Connor disse, dirigindo-se à cozinha e chegando, pouco depois, com o mesmo nas mãos. Meu avô pegou o copo tremendo um pouco, tomou alguns goles da água e, aos poucos, sua respiração foi normalizando. Eu o olhava com lágrimas nos olhos.

_ O que foi, meu amor? - meu avô perguntou, segurando carinhosamente o meu queixo.

_ Você está bem? - choraminguei.

_ Estou ótimo, querida. É só aquela gripe. Coisa passageira. Não se preocupe.

_ Mas...Você estava tossindo muito, e...

_ Eu estou bem, Jenni. Todo mundo tosse quando está gripado. Até você.

_ Você tem certeza que está bem?

_ Estou sim. Até marquei médico semana que vem, caso não melhore, para que ele me passe algum medicamento. Daí vou ficar bom rapidinho, você vai ver.

_ Semana que vem? Não tem como ser antes?

_ É o horário que ele tem, meu amor.

_ Você tem que se cuidar, vovô. E agora que eu vou pra faculdade, vou ficar preocupada o tempo todo sem ninguém aqui pra cuidar de você. Não gosto disso, não gosto nada disso.

_ Faculdade? Você já abriu a correspondência? Você conseguiu? - ele levantou-se com um sorriso enorme.

_ Consegui. - eu disse, tristonha, fitando ao chão.

_ E por que você respondeu assim? Não era o que você mais queria?

_ Sim. Mas você mudou de assunto.

_ Criança, não faça tempestade em copo d'água. Eu estou muito bem, é só um resfriado de nada. Pare de se preocupar tanto. Já sou grandinho e sei me cuidar. - ele sorriu.

_ Então por que você estava deitado a essa hora?

_ Eu sempre tiro um cochilo das quatro ás cinco da tarde, lembra? Todos os dias.

_ Ah é. - eu disse,envergonhada, ao olhar o relógio.

_ Bobinha. O seu avô está bem. Agora venha aqui me dar um abraço. - ele pediu-me, abrindo os braços. Eu o abracei forte. Meu medo de perdê-lo era muito grande. Se acontecesse algo, eu literalmente não teria mais ninguém para cuidar de mim. Quando você só tem dezessete anos, a simples possibilidade de perder a segurança que se tem é amedrontadora. Era assim para mim. - Meus parabéns, querida. Você merece essa vitória mais do que qualquer pessoa. Eu tinha certeza que você conseguiria. Vocês dois vão sair?

_ Vamos lá no colégio buscar os relatórios de notas.

_ Certo. Vou comprar sua passagem de avião pela internet, tá bom? Segunda feira pela manhã você viaja. Quando você voltar, te ajudarei a fazer as malas.

_ Mas ainda faltam quatro dias.

_ É pra você não esquecer nada.

_ Sábado a gente arruma, vô. Eu chamo Rachel e Grace para me ajudar.

_ Certo. Então divirtam-se vocês dois.

Olhar para aquele colégio onde eu havia passado momentos tão bons, onde eu tanto havia crescido e amadurecido, e saber que seria a última vez que eu o frequentaria, causava um aperto no coração sem explicação. A perspectiva de uma nova vida, de uma mudança tão grande onde eu me separaria de todas as coisas com as quais estava acostumada era assustadora. Parei alguns segundos ao observar o portão e Connor, ao perceber, entrelaçou os seus dedos nos meus encorajando-me a entrar.

_ Você vai gostar tanto da faculdade que esse medo vai passar rapidinho. - ele sorriu, deixando-me a refletir se ele realmente conseguia ler aos meus pensamentos. Será que eu era tão previsível assim?

Passamos pelo corredor e cada centímetro despertava dezenas de lembranças em mim. O mural, meu armário, as salas de aula, as quadras, a diretoria. Três anos de momentos incríveis. Aquela escola mudou a minha vida, me fez crescer e me ver de outra forma. Me levou a conhecer amigas que eram como irmãs e a encontrar Connor. O cara misterioso. Observei a forma como as suas mãos estavam entrelaçadas às minhas, segui por seus braços, ombros, e fitei seu rosto. Ele era lindo. Era difícil acreditar que tudo aquilo estava acontecendo.

Entramos na diretoria e Connor trocou algumas palavras com o diretor, que deu um sorrisinho ao nos ver juntos.

_ Aqui, Jennifer Summers, certo? Vou colocar nesse envelope para você todo o histórico do seu ensino médio. - ele disse, colocando três folhas impressas em um grande envelope, fechando-o, e grampeando junto quatro cartões coloridos.

_ O que é isso? - apontei para os cartões.

_ Os convites para o seu baile de formatura, ué. O seu nome está na lista e você não precisa. Estes quatro são para os seus amigos e familiares.

_ É mesmo! Eu nem me lembrava desse baile.

_ Como não? As garotas esperam o ensino médio inteiro para isso. - Connor sorriu.

_ É que pra mim não é tão importante.

_ Mas não é tão ruim, J. É meio que um rito de passagem.

_ Rito de passagem... - murmurei, como se uma nova ideia brotasse em minha cabeça.

_ Você não quer ir?

_ Hm...Não sei...

_ Você deveria estar empolgadíssima. As meninas do primeiro e segundo anos dariam tudo para estar no seu lugar. Principalmente...Acompanhadas. - ele brincou, levantando a sobrancelha.

_ Convencido! - eu ri.

_ Você quem sabe. Se não quiser ir a gente pode fazer outra coisa.

_ Eu vou pensar,tá bom? Afinal eu não tenho nem vestido.

_ Você tem um monte de vestidos. Não arrume desculpas. Se você quer ir ao baile com outro é só me avisar, ué.

_ Não seja bobo. Não tem nada a ver. Você acha isso mesmo?

_ Estou brincando. - ele disse, acariciando-me os cabelos. O que você quer fazer agora? Quer tomar um sorvete naquela sorveteria aqui perto? Aquela que você gosta.

_ Como você sabe que eu gosto?

_ O Brandon me contou.

_ Vocês andam conversando demais sobre mim. - eu sorri, dando-lhe um beijo.

Aqueles dias decorrentes foram todos de despedida, carinho e receio. Tentei dividir o máximo do meu tempo entre o meu avô, meus amigos e Connor. Vovô já desconfiava bastante sobre o que acontecia entre eu e ele, mas não comentava tanto, creio para que eu não ficasse tão triste com a ideia de que teríamos de nos separar. Quanto ao baile,as insistências por parte de todos os amigos e principalmente por parte de meu avô eram muitas. Dessa forma, prometi para eles que iria, ainda que tivesse um plano diferente, o qual não tinha certeza se botaria em prática e que somente Grace e Rachel tinham conhecimento.

Grace iria embora logo no sábado, dois dias antes de mim. Ela viajaria à noite e, por isso, os nossos amigos planejaram uma festa de despedida para nós duas no sábado e na casa dela, que era grande o suficiente. Convidei muita gente que eu conhecia, alguns colegas da sala e, principalmente aos meus amigos da dança, amigos dos quais eu sentiria muita falta. Nem precisaria convidar á Rachel, Ethan, Brandon ou Connor, já que haviam sido eles os organizadores. Eles fizeram um churrasco com piscina e muitas homenagens ao tempo que passaram juntos a cada uma de nós. E, novamente, aquele aperto no coração tomava conta de mim. Eu sentiria uma inexplicável falta de cada um daqueles que fizeram parte da minha vida e do meu crescimento pessoal e emocional.

Connor estava apreensivo, ficara ao meu lado todo o tempo, tratava-me muito carinhosamente. Ele sabia o quanto eu precisava que as pessoas ficassem próximas naquele momento, e demonstrava entender perfeitamente. Eu admirava a pessoa que ele era e, se é que tal coisa era possível, cada dia mais o meu amor por ele crescia. Somente ele sabia estar próximo, estar presente e, ainda assim nunca perder o seu mistério, aquilo que dava a sensação que eu nunca poderia lê-lo por completo, aquilo que me atraia como se ele fosse uma espécie de imã. Eu até tentava não demonstrar todo o tempo o quão encantada eu estava, mas confesso que era impossível.

Uma das garotas que fazia dança comigo, e que fora convidada, era amiga de Sophie, a namorada de Eric. Naturalmente ele também apareceu, e eu o vi após tanto tempo, e ele viu nos meus olhos que tudo o que eu dizia em relação a Connor era a mais pura verdade. Pior do que isso. Ver a paixão e admiração nos meus olhos o deixaram inquieto e irritado.

_ Oi. - ele disse, postando-se em minha frente com um olhar sério.

_ Oi Eric. Tudo bom? Onde tá a Sophie?

_ Está no banheiro.

_ Ah, sim. Está gostando da festa?

_ Bom, eu já vi melhores. Mas sem problemas. A propósito, você está linda.

_ Obrigada.

_ Se tivesse mais uma chance você pode ter toda a certeza de que eu faria valer á pena.

_ Tá bom Eric. - eu disse em um tom irônico.

_ Você quer dançar? - ele segurou a minha mão. Puxei antes que Connor visse, mas não adiantava, ele estava praticamente ao meu lado.

_ Ela vai dançar sim. Comigo. - ele disse.

_ E quem é você? O priminho dela? - Eric sorriu da própria gracinha.

_ Eu sou o namorado dela. - ele disse, segurando-me pela cintura. Deve ter ficado vermelha como um pimentão, mas sem dúvidas gostei de ter ouvido aquilo. Namorado por um mês, tudo bem, ao menos eu o tinha por aqueles momentos. E era bom ouvir-lhe dizer. Sorri de cabeça baixa, e Eric mostrou-se mais irritado ainda.- E você? Quem é?

_ Sua namoradinha já foi só minha, oh idiota.

_ Eric, se toca! - eu disse, empurrando-o - Sua namorada tá aqui. Pare de agir desse jeito.

_ Ela sabe que eu sempre fui seu, querida. - ele sorriu de forma irônica. Por que é que ele estava fazendo aquilo? Já fazia tanto tempo, eu imaginei que ele finalmente houvesse entendido que eu jamais lhe pertenceria.

_ É, mas eu nunca fui sua.

_ Você mesma disse que já se apaixonou por mim.

_ Eric, deixe o passado onde ele deve ficar. - eu disse, apesar dele saber muito bem que, ainda assim, eu nunca deixara de amar Connor. Mas como eu diria aquilo na frente do próprio?

_ Você sabe que eu posso te fazer muito mais feliz do que ele.

_ Eric, por favor, vá embora.

_ Você tá ouvindo, cara? A MINHA garota mandou você dar o fora daqui. - ele disse, dando um passo a frente de forma a ficar muito perto, perto até demais de Eric e dando bastante ênfase no 'minha'. Mas dessa vez eu não fiquei feliz, pelo contrário, estava começando a ficar assustada com a ideia de eles começarem uma briga, logo ali, logo naquele dia, na minha festa de despedida. Era tanto egoísmo de Eric. Ele não podia simplesmente aceitar aquilo que me deixava feliz? Eu achei que quando se amava verdadeiramente alguém a maior alegria era vê-la feliz. As coisas foram me mostrando que não era bem assim.

_ E se eu não 'der o fora'? O que acontece?

_ Pergunta errada. - Connor respondeu com um sorriso irônico nos lábios. Ambos deram um passo a frente.

Tudo aconteceu rápido demais. Quando percebi Eric e Connor rolavam pelo chão e se revezavam entre socos e pontapés. Ambos estavam ficando bem machucados e quanto mais eu gritava e tentava separar a briga mais bravo Eric ficava. Ainda assim ele apanhava mais que batia e senti muito medo de Connor machucar-lhe de verdade. Quando decidi, enfim, entrar no meio deles, correndo o risco de acabar apanhando junto, Brandon apareceu e tirou Connor de cima de Eric. Sophie chegou quase no mesmo momento e se ajoelhou perto do namorado, assustada como nunca, e Brandon e eu levamos Connor para um quarto.

_ Que vergonha - eu balançava a cabeça enquanto limpava a ferida de sua testa - Um rapagão de vinte anos brigando desse jeito. Olha só pra você. Todo machucado.

_ Ao menos eu bati mais. Ele saiu muito pior do que eu. - Connor sorriu, sorriso este que foi desfeito logo ao repuxar os lábios feridos. - e foi só um machucadinho na testa. Nada demais.

_ E um roxo no olho e um corte na boca.

_ Não tem problema. O que importa é que ganhei a briga. O sangue da boca é só o gostinho da vitória.

_ Vocês garotos são tão bobos. Ninguém ganhou briga nenhuma. Ambos perderam. Vocês acabaram com a festa.

_ Não fui eu quem puxou briga alguma. Ele estava te importunando. Fiz por você.

_ Por mim nada. Não pedi pra você bater em ninguém. Não pedi pra nenhum dos dois brigaram. Vocês só fizeram por um orgulho idiota. E não faz o menos sentindo, Connor. É de você que eu gosto. É com você que eu estou.

_ Eu sei. - ele sorriu.

_ E ainda assim aceita provocação.

_ Ai! - ele reclamou enquanto eu passava o remédio em seus lábios.

_ Gostinho da vitória, né? - eu ri.

_ Você acha isso engraçado? - ele sorriu, puxando-me pelo braço de forma a fazer-me cair em seu colo. Ele beijou-me algumas vezes e em seguida afastou o seu rosto do meu. Nossos olhares se cruzaram e eu senti o meu rosto corar mais uma vez.

_ Eu acho. - tentei sorrir, escorregando de seus braços e sentando-me ao seu lado, naquele sofá do quarto de Rachel. - Vou pegar mais gelo.

_ Não precisa. Eu estou bem. Fique aqui.

_ Tá bem.

_ Posso te perguntar uma coisa? - ele me olhou sério.

_ Vá em frente.

_ O quão certo aquele garoto estava? Quero dizer, sobre você ter se apaixonado por ele ou sobre ele ser muito mais capaz de te fazer feliz. Brandon não falou muito sobre ele. Eu soube que você começou a namorar na época em que eu estava viajando. Mas só.

_ Nós namoramos pouco mais de um mês. Foi há muito tempo e eu não sinto mais nada. Você não precisa se preocupar com ele.

_ Mas o que exatamente rolou entre vocês?

_ Como assim, Connor?

_ Hm, você sabe, vocês... O quanto ele avançou com você?

_ O quê? Olha, Connor, não aconteceu nada. Eu só tinha quinze anos e não me sentia pronta e nem gostava dele o suficiente pra isso. Você deveria saber. Eu te disse aquele dia na festa que eu nunca tinha feito nada. E é verdade.

_ Entendi. Desculpa te fazer perguntas constrangedoras, é só... Eu não gosto de imaginar você com outros caras. É meio estranho. Mas eu acredito em você.

_ Você tá com ciumes de mim? - brinquei, roçando o meu nariz ao dele.

_ E então? Já preparou o seu vestido para amanhã á noite? - ele voltou a sorrir, mudando totalmente de assunto.

_ Amanhã á noite?

_ O seu baile de formatura. Já esqueceu? - ele riu.

_ Ah é. Não se preocupe. Já está tudo preparado.

_ Você é a única garota que eu conheço que não pensa nisso..hm...todo o tempo.

_ Eu já fui em um baile. Depois da primeira vez perde a graça.

_ Mas dessa vez é o seu baile.

_ É. Certo. - eu disse, mexendo nervosamente no chaveiro da minha bolsa. enquanto decidia se levaria ou não o plano adiante. Aquela era a hora. Se eu tomasse a decisão muito mais adiante poderia colocar tudo a perder.

_ Hm...Posso te pedir uma coisa?

_ O que é?

_ Tem uma amiga minha que quer ir ao baile mas está sem carona. Nós poderíamos passar na casa dela para buscá-la?

_ Ela mora longe?

_ Não muito.

_ Tudo bem. Sem problemas. Pode dizer a ela que a buscaremos.

Melissa J
Enviado por Melissa J em 22/02/2015
Código do texto: T5146463
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