_ Olá, professor!
_ Olá, Pedro! Como vai?
_ O senhor lembra meu nome?
 
Exatamente dessa forma o diálogo começou.
Eu recordei o nome de um aluno que estudou comigo há cerca de dez anos (façamos de conta que o nome dele é Pedro).
A conversa fluiu agradável, fiquei feliz percebendo que Pedro “cresceu” guardando a estima pelo professor bigodudo (ele veio falar comigo).
 
Sempre procuro desenvolver um corpo a corpo com meus alunos.
Evito enxergá-los como os chatos desinteressados que preciso suportar.
Confesso que alguns são muito enjoados, boa parte revela desinteresse, contudo existem os alunos carismáticos, alguns desinteressadíssimos, compondo a grande maioria.
 
O corpo a corpo o qual estimula o intercâmbio com meus alunos nunca bloqueou o respeito, não ameaça corromper a relação, não atrapalha, apenas soma, porque ajuda o professor a jamais desprezar a alegria de fazer novos amigos.
 
* É preciso não ignorar as fortes mudanças do século XXI.
Atualmente as informações estão acessíveis demais, podemos alcançá-las com um PC. O professor deixou de ser o dono das verdades.
Hoje nós somos os grandes facilitadores, aqueles que tentam “mastigar” o assunto. Imaginando os estudantes subindo a ladeira da instrução, apenas damos uma mãozinha.
 
Não faz nenhum sentido, portanto, criar ou manter as velhas barreiras que afastam os alunos ou nunca favorecem a aproximação.
Se não fazia sentido antes, agora ressalta estupidez.
 
* Eu sempre almejei inspirar o sincero carinho dos meus alunos. Assim consegui, nesses anos, formar ótimas amizades.
Às vezes recordar o nome parece exigir muito da mente.
Cerca de nove anos ensinei durante as manhãs, hoje ensino à noite.
É bastante natural confundir os rostos, misturar os turnos, gaguejar e vacilar quando vou dizer o nome.
 
No reencontro citado felizmente a memória não me traiu.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 16/04/2015
Reeditado em 16/04/2015
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