O apaixonado e a melindrosa!

Matias, moço simplório do sertão, porém, forte e de bom coração. Sempre ajudou os pais.

Trabalhava com o pai na roça e ajudava a mãe em casa. Jovem e cheio de disposição, sonhava

com um futuro grande. Mas, ao contrário do estereótipo de que os jovens precisam sair do

sertão para se tornar um “dotô”, Matias queria se tornar grande e fazer o sertão ser grande,

desconcentrando as atenções da capital e trazendo-a para suas terras. Tinha 18 anos e acabara

de terminar o curso médio. Gostava de leitura e possuía notável interesse pelas ciências

econômicas. Matias tinha um amor de infância que se chamava: Sofia.

Sofia, tinha a mesma idade que Matias, era filha de coronel e criada em meio a vários luxos.

Morava no sertão, mas, não parecia pertencer a ele. Matias sempre buscou se aproximar de

Sofia, mas, sempre sem sucesso, pois, ela vivia rodeada de seguranças.

Até que certa noite de São João, houve uma festa na cidade, aonde ambos foram. Em certo

momento Sofia se afastou de seus seguranças para ir tomar um sorvete, então nesse momento

Matias viu a oportunidade perfeita para tentar um primeiro contato com sua amada e assim o

fez.

Matias se aproximou e disse:

- Boa noite, Sofia.

Sofia, porém, não lhe respondeu e foi embora. Matias de imediato pensou que havia sido rude

e que não devia ter se dirigido diretamente a dama, mas, lhe presenteado com algo

primeiramente, como se ela fosse um tipo de senhora sobre ele.

Então na mesma noite Matias lhe comprou um buquê de flores e esperou o momento oportuno

e entregou-a a Sofia, ela recebeu, porém, novamente ela o esnobou e foi embora.

Matias ficou profundamente triste, de forma que desistiu de tentar contato com Sofia. Todavia,

ele não sabia que o pai de Sofia já havia percebido suas intenções com a sua filha e havia

instruído a filha a não ter contato com ele, pois, ele era pobre “sem eira, nem beira”.

Matias toma conhecimento dos fatos através de uma carta escrita por Sofia e desta forma, se

obstina a se tornar alguém. Mesmo sendo pobre, Matias era inteligente e partiu para a capital

após ser aprovado no vestibular e foi estudar economia, alimentando o estereotipo do jovem

que sai da roça para estudar na capital.

Anos depois, Matias se forma e retorna ao sertão. Com o anel de “dotô” e já um grande

empresário, ele consegue autorização do Estado para abrir uma grande empresa fornecedora

de água. Assim, Matias conseguiu seu objetivo de colocar sua terra de volta em evidência no

cenário nacional, fazendo boa parte na mídia concentrar suas atenções no sertão.

Na época das festividades de fim de ano, é comum as famílias se reunirem para comemorarem

juntas. E em uma grande reunião de várias famílias ao ar livre, Matias se encontra com Sofia,

porém, agora já era um homem distinto, contudo, seu amor ainda era vivo.

Sofia então se aproxima de Matias e começa a conversar com ele pela primeira vez. Seu pai já

não tinha motivos para os impedirem.

Então ele lhe disse:

- Naquele dia lhe falei por duas vezes, todavia, não me respondeste. Fiquei triste naquele

momento, contudo, me enviaste uma carta explicando-me a situação. Então tive um certo

alento. Porém, preciso saber, sentes algo por mim?

- Sim, sinto!

- Então agora que sou “dotô”, empresário... o que nos impede de ficarmos juntos?

Ela então tímida corre para a sua casa e se tranca no seu quarto. Matias a segue e chegando em

frente à casa ele vê um jarro com um buquê de flores. Era o buquê que ele havia dado a Sofia

na noite de São João. Ela o manteve todo esse tempo. Então Matias, bate na porta e diz:

- Oh de casa!!!

Ela retruca:

- Oh de fora!?

Então ele responde:

- “Uma esmolinha para esse pobre bem querer, pode ser um beijo ou pode ser aquela rosa. Eu

quero apenas o cheiro do seu corpo no meu ser. Não se negue, não seja tão melindrosa, tenha

piedade o meu amor é só você”!

- Mateus Paz

_______________________________________________________

#amor #paixão #jovens

Mateus Paz VDM
Enviado por Mateus Paz VDM em 19/02/2024
Código do texto: T8002536
Classificação de conteúdo: seguro