Diário de uma Nova Vida Parte 4

Diário de uma Nova Vida( Parte 4)

Minha cabeça não parava de sangrar, meu corpo estava repleto de cortes. Não sei se sentia mais pela impotência de impedir aqueles pivetes de me darem uma surra e me cortarem com garrafas ou de ver o estado em que minha mãe encontrava-se. Depois disso só me lembro de abrir os olhos no hospital.

Meu pai rapidamente se encarregou de que a noticia não chegasse aos jornais. Como se isso fosse algo importante, virei apenas mais uma estatística nessa cidade. Queria que tudo se explodisse! Uma surra ou outra não ia mudar minha vida.

A essa altura toda a galera já estava comentando sobre a confusão que causei no aniversário. Devia estar sendo o maluco, o pit-boy, ou o problemático para as línguas mais delicadas. Não me arrependo! O filho-da-puta do Alex merecia. Não pela vagabunda da Amanda, mas, por deixar eu lhe confiar toda a minha vida enquanto transava com a minha namorada bem debaixo do meu nariz.

Que merda! Liguei a tv para espairecer e só passava desgraça. O que é que eu tenho haver com quem perdeu sua casa numa enchente? Morassem num bairro bom. Os curativos me incomodavam. Por mim já estava pronto para sair novamente, mas, meus pais nunca permitiriam. E minha opinião como fica nisso?

Acabei cochilando de tanto cansaço. Sempre gostei dedar um cochilo depois do almoço para acordar “no speed”. Ouvi um barulho na sala, provavelmente deveria ser uma das minhas tias ou a chata da vizinha do 302 para me chamar de coitadinho e reclamar da violência do Brasil. Já estava até preparado para ouvir, ouvir e ouvir. Abri os olhos e dei uma alta gargalhada, isso só podia ser sonho, mas, não era e minha expressão se fechou.

-Você? Veio rir de mim foi? Vá embora! Fora!