Abismo da escuridão - pag 01

ABISMO DA ESCURIDÃO

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_ Onde eu estou? _ olhei para os lados, e vi apenas a escuridão. O lugar era feito de escuridão. Não havia uma luz, uma coisa se quer que fosse notado naquele mar negro dos meus olhos.

_Eu...O que estou fazendo aqui?

Comecei a andar alguns passos. Olhei para baixo e vi que a cada contato que tinha com o chão invisível, provocavam algumas ondulações. Ainda assim tudo era escuro. Tornei a olhar para cima na esperança de ver algum tipo de céu, mas encontrei sempre a mesma escuridão. Perguntando-me onde eu estava, percebi um outro detalhe: estou sozinho. Será que estou?

_ Olá! _ gritei na esperança de ouvir alguma voz além da minha. Mas o que eu recebi em troca do meu grito, não foi uma voz e sim um pequeno ponto de luz. Olhando, não parecia muito distante. Curioso por aquilo ser a primeira novidade daquele morto lugar, corri até lá. Meus olhos sempre fixados naquele ponto enquanto corria. A cada passo, ele ficava cada vez mais perto e mais nítido. Foi quando eu percebi que aquela luz tinha uma forma retangular. Eu parei diante dela, e observei a tela branca.

De repente, um homem apareceu andando de lado na tela. Eu olhando, parecia que aquilo era uma TV de LCD. Aquele homem era um adolescente da minha idade, e analisando seu olhar, ele parecia bem feliz pelo sorriso que estava dando. Um outro jovem apareceu na direção oposta em que aquele homem andava. Os dois ficaram frente a frente e apertaram a mão.

_ Ei, o que acha de irmos até a minha casa hoje? Está ocupado? Eu vou chamar mais alguns amigos._ perguntou o da direção oposta.

_ Não. Posso ir sim! _ respondeu o outro. Foi então que um outro adolescente apareceu entre eles mais ao fundo da tela. Sentado com o caderno apoiado nas pernas.

_ Aquele...sou eu? _ me perguntei.

_ E você Léo? Vem também? _ perguntou o que estava convidando.

_ Não! _ respondeu minha imagem, sem tirar os olhos do caderno enquanto escrevia. _ Estou ocupado. _completou.

_ Ocupado? _ perguntou o garoto _ Tá bom! _ Os dois garotos se afastaram, e minha imagem ficou ali sentada, continuando escrevendo, com seus olhos sem desviar para nenhuma direção a que não fosse o caderno.

Eu notei que uma tela se abria ao meu lado.

_ O que é isso? Mais uma tela. _ disse me aproximando dessa. Lá todos os meus amigos estavam jogando videogame. Rindo e se divertindo. Olhando a cena, eu também me divertia ao ver as palhaçadas que cada um contava e fazia. Eu voltei meu olhar para a primeira tela e vi que o meu eu estava em frente a um computador. Mas o fundo da tela agora era negro assim como o local onde eu estava.

_ Droga! Por que será que ninguém comenta. Vejo histórias medíocres que recebem mil comentários e enquanto a minha ninguém comenta. Que droga! _ Vi a minha imagem abaixar a cabeça por decepção e pude sentir a tristeza que ele sentia. Mas depois me surpreendi com uma antítese naquela situação. Ele estava rindo. Uma risada meio daquelas sinistras e cômicas ao mesmo tempo. _ Isso não tem importância. _ dizia ele, em um tom frio._ Em breve, eu serei notado. Meu sonho será concretizado. Não importa o tempo que leve. Minha existência vai ser reconhecida de alguma maneira. Irei mostrar o fruto de meu trabalho no futuro para aqueles que me subestimam no presente. Não importa se eu acabar com a minha mente, essa é a minha decisão. Isso aqui tem mais prioridade que qualquer coisa. Pessoas estão abaixo disso. Elas são apenas ferramentas a serem usadas para um bem maior. Aquelas em quem eu devo realmente depositar minha amizade são aquelas em quem acreditam em meio sonho. Não preciso de ninguém além destas.

_ Mas o que ele está falando? Não me lembro de ser este tipo de pessoa. _ disse eu, surpreso com as palavras de mim mesmo naquela imagem.

_ Mas eu lembro. _ disse uma voz a minha direita. Eu olhei para ele e vi a mim mesmo. Era eu, mas diferente. O olhar dele era...frio.

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Na próxima página: Fiz muitas perguntas para mim mesmo. Foi quando ouvi uma reposta que me gelou.

_ Bem vindo...ao abismo da escuridão

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