Quimera de uma Primavera

Caminhando entre pinheiros e choupos,

Me faz sentir melhor.

Seus bulícios sussurram em meu peito

Que está tudo bem agora.

Os raios de luz se esquivam dos troncos.

O cheiro doce da selva me anima.

Cada gota de orvalho do amanhecer

Refrata uma centelha do Sol.

Um leve som do despertar; meus passos sobre os galhos e as folhas,

Misturados com um suave silêncio.

Poucos animais, por dentre os cantos, me observam.

Estou sozinho, mas estou bem.

Se isto for uma ilusão, eu não anseio acordar,

Não estar perdido no lugar onde jamais olhei o chão;

Não ter frio, dor ou solidão, mesmo sem ter a quem abraçar;

Não ser alcançado pela escuridão e, mesmo assim, ter o luar.

O ar em movimento me traz um canto celta,

Que me guia, e eu paro de andar;

Que me faz ver, e eu fecho meus olhos;

Que me tira o ar, e eu respiro profundo;

Que me faz sentir, e eu não me sinto mais...